Fernando Santos garantiu hoje, em entrevista à BolaTV, que a seleção portuguesa não está fechada a ninguém, mas alertou que futebolistas que não jogam muito dificilmente serão convocados.

“A seleção não está fechada a ninguém. Eu tenho uma experiência de quatro anos, sei como estas coisas funcionam. Nada é imutável. Mas, para mim, há um princípio fundamental: um jogador que não está a jogar é muito difícil chegar à seleção nacional. Aqueles que estão a jogar, mesmo que não seja os 90 minutos, têm condições de vir à seleção”, respondeu quando questionado se, tal como Ricardo Carvalho, Danny e Tiago, também teria ponderado Bosingwa.

Repetidamente interrogado sobre a chamada de Ricardo Carvalho, o novo selecionador nacional frisou que a opção de fazer regressar o defesa do Mónaco é sua e que, caso o jogador volte a abandonar a seleção por não ser titular, saberá assumir as consequências.

“Se elas me acontecerem, reagirei à minha maneira. Quando cheguei à federação coloquei uma questão muito simples: há algum jogador que não possa ser convocado?”, contou, salientando que não garante a nenhum jogador que seja titular.

Fernando Santos defendeu que a idade não pode ser critério para estar na seleção – “Nós convocamos jogadores pela qualidade ou pela idade? Há alguma idade para jogar na seleção nacional?”, questionou – e disse que não falou com Cristiano Ronaldo sobre o regresso de Ricardo Carvalho, porque não tem de colocar esse assunto ao capitão.

Quanto a Tiago, revelou que o futebolista do Atlético Madrid mandou uma carta para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a dar conta que tinha repensado a sua decisão de deixar de representar a “equipa das quinas” e defendeu que este ainda tem muito a dar a Portugal.

“Pensamos diferente, se calhar. O normal é isso. O Paulo Bento tinha tomado algumas decisões que todos respeitámos e eu respeitei, mas não temos todos a mesma forma de pensar. Procurei centrar-me nesta convocatória naquilo que quero para a seleção. Foi feita nessa base e naquilo que observei. Essa é a questão básica, o resto para mim não me interessa”, salientou, referindo-se à opção de chamar jogadores que o anterior selecionador tinha riscado da equipa das quinas.

O antigo técnico da Grécia analisou ainda ao pormenor algumas das suas opções, admitindo que convocou Cedric porque este é “um lateral de raiz e isso é muito importante, ao contrário de André Almeida, porque “não tem essas rotinas”, enquanto Eliseu foi convocado como possível alternativa a Fábio Coentrão.

“Ele não é defesa?”, disparou, quando interrogado sobre se o futebolista do Benfica poderia jogar a médio, assumindo que está a abrir uma exceção para o lateral do Real Madrid, que não está a 100 por cento.

Sobre os excluídos, Santos lembrou que João Pereira, Miguel Veloso e Raul Meireles têm jogado muito pouco ou nada e indicou que se Hélder Postiga não estivesse lesionado poderia ter feito parte da sua equação.

O técnico assumiu ainda que as posições de lateral direito e ponta de lança são as que considera “mais difíceis no momento”, devido à falta de opções, e confessou ter andado a ver vídeos para encontrar soluções, negando que Ronaldo possa ser um ponta de lança, por não ter essas caraterísticas.

Santos, que está convencido que vai ter o seu castigo reduzido, reconheceu que vai fazer experiências no particular com a França e assegurou que não haverá duas ideias no banco da seleção, acrescentando que Ilídio Vale vai ser o fiel depositário das suas convicções.