Carlos Coutada, presidente da Associação de Futebol de Braga (AFB), afirmou hoje à Lusa que «há pressão política para aprovar os estatutos da Federação na Assembleia-Geral de dia 19, quando a FIFA deu até Maio para o fazer».
O dirigente associativo, que remeteu para reunião da AFB a decorrer esta semana a decisão sobre o voto na reunião magna federativa de dia 19, assegura:
«Mantêm-se todos as questões de princípio que nos levaram a contestar a alteração de estatutos.»
Ressalvando um período de tempo não condizente com a «apressada iniciativa de Gilberto Madaíl», o presidente da AFB defende que «mais de 90 por cento dos pontos da reunião podem ser aprovados dia 19 e estender para outra Assembleia-Geral a questão dos artigos mais polémicos, para os quais essa sessão pode não ser suficiente».
Carlos Coutada considera que o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, mantém o presidente da FPF «sob pressão política para aprovar os estatutos porque também ele tem urgência política nesse dossier, querendo vê-lo aprovado rapidamente».
Segundo o responsável do futebol bracarense, é importante «ter tempo para levar à UEFA e à FIFA o que se está a passar em Portugal, pois temos dúvidas sobre as informações que a FPF passa às instâncias internacionais sobre a grossíssima ingerência do Governo neste processo».
«Não percebemos por que razão a FIFA e a UEFA não conseguem ver tão clara desconformidade com o que está por eles definido, nomeadamente nos seus próprios estatutos, cujo código eleitoral não permite ingerência dos governos nas composições das assembleias gerais das federações nacionais», disse o dirigente.
Nesse pressuposto, Carlos Coutada reafirma:
«A FIFA e UEFA só podem estar mal informadas e, por isso, admitimos fazer-lhes chegar a informação correcta, quer através desta AG, quer por outros meios que consigamos mobilizar.»
Relativamente a eventuais sanções, conforme os dois organismos internacionais já fizeram constar oficialmente, o presidente da AF Braga relaciona pragmatismo com os ‘timings’ anteriormente descritos:
«Em última instância, não deixaremos de actuar em defesa do interesse nacional.»
«Porém, fá-lo-emos apenas quando uma possível sanção estiver mesmo iminente, o que acho que ainda não está a acontecer», sublinhou aquele responsável, justificando:
«O Comité de Associações da FIFA deu algum tempo para que Portugal resolvesse esta questão, o que, posteriormente, a Comissão Executiva ratificou, afirmando que esperava até Maio.»
Concluindo, Carlos Coutada assegurou:
«Os estatutos conforme as regras da FIFA e UEFA não nos colocam qualquer dúvida, pois o que está em causa são algumas das disposições do Regime Jurídico das Federações Desportivas, elaboradas pelo secretário de Estado, em violação clara do que está disposto na Constituição da República.»
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