Alguns dos futebolistas portugueses que se sagram campeões mundiais de sub-20 em 1991 juntaram-se hoje no Estádio Nacional para assinalar o 20.º aniversário da conquista do título, num encontro em que “choveram” criticas à Federação Portuguesa de Futebol.

Em 1991, no antigo Estádio da Luz completamente lotado (cerca de 120 mil pessoas), Rui Costa marcou a grande penalidade que deu o triunfo na final sobre o Brasil. Passadas duas décadas, os antigos companheiros voltaram a entrar em campo, desta vez no relvado do Jamor, para assinalar a data, mas sem a presença das maiores estrelas e sem o apoio da FPF.

«Ficaria mais bonito se fosse a federação a tomar a iniciativa, mas assim não foi. Tomei a iniciativa, contactei a federação, mas estiveram indisponíveis para estar presentes. Deram-nos os equipamentos para jogar e nada mais», lamentou Gil.

«Era um momento da FPF parar e pensar que estamos todos vivos e deviam-nos fazer uma homenagem e passar o testemunho à selecção que vai agora ao Mundial de sub-20, na Colômbia. Não foi dada justificação», acrescentou.

Gil foi mais longe e disse desconfiar de que a decisão da FPF tem por base o conflito existente entre o organismo e Carlos Queiroz, considerado o “pai” desse título.

«É só essa razão que eu encontro. Não vejo mais nada que possa justificar essa posição da FPF», reforçou.

Apesar da tentativa do antigo avançado e dos veteranos do Sporting, outro dos organizadores, acabaram faltar muitos dos jogadores que levaram Portugal ao título, como o próprio Rui Costa, Luís Figo, Rui Bento, Jorge Costa, Capucho e Brassard.

Por estar no Irão, o técnico Carlos Queiroz também não marcou presença, mas acabou por ser “substituído” por Nelo Vingada, seu adjunto nos campeonatos de 1989, em Riade, e 1991.

«Olhando para trás valeu a pena. Posso dizer sem dúvida que as fundações do futebol português que temos hoje começaram nessa altura, mas quando a entidade máxima que regula o futebol português não está presente, só se pode lamentar», disse Nelo Vingada, referindo-se também à ausência da FPF.

Antes de voltar a vestir a camisola da selecção portuguesa, o agora comentador João Vieira Pinto criticou o excesso de estrangeiros nos escalões de formação dos clubes portugueses.

«Não há necessidade para isso, mas tenho que entender que faz parte do futebol moderno. O jogador português tem muito valor e isso é provado pelo número de jogadores que temos lá fora e nos melhores clubes. Não tenho nada contra estrangeiros, mas devia-se voltar a apostar mais nos valores nacionais», defendeu o antigo avançado de Benfica e Sporting.

Detentor de uma cabeleira bem grande em 1991, o antigo médio Peixe, que foi na altura considerado o melhor jogador do torneio, apresenta-se hoje completamente careca, mas com esse campeonato ainda bem na memória.

«Foi um marco importante na minha carreira. Foi um torneio em que estiveram grandes promessas e eu consegui ser considerado o melhor. É importante homenagear estes jogadores», disse.

O plano inicial era realizar uma partida entre os campeões de 1991 e os de 1989, mas sem jogadores para completar as duas equipas, os veteranos do Sporting acabaram por ser os “adversários” dos antigos campeão mundiais, uns ainda em boa forma, outros já com um “quilinhos” a mais, e alguns com cabelos a menos.

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