Antes de ser CR7, Ronaldo já o era. De facto, foi com apenas sete anos que o craque português, que hoje celebra 28 anos, chegou ao Clube de Futebol Andorinha, pela mão do pai Dinis Aveiro, o técnico de equipamentos. Corria o ano de 1992.
No Andorinha deu os primeiros passos que revelaram «um diamante em bruto», como recorda o professor Francisco Afonso, um dos primeiros treinadores do avançado do Real Madrid e da Seleção. «Ele foi trabalhado até chegar ao que é hoje. Ele já queria ser o melhor naquela altura. O caráter ganhador dele vem do berço», conta o técnico ao SAPO Desporto.
Visão semelhante tem o vice-presidente do clube, Duarte Santos. «Já era bom, notava-se que era diferente dos outros miúdos. Tinha muita ambição. Era impossível dizer que ia ser o que é hoje e houve outros miúdos muito bons, mas que depois desapareceram. Ter saído da Madeira foi fundamental para a evolução dele. Amadureceu cedo e teve tempo para pensar no que queria ser», afirma.
Logo no Andorinha, Ronaldo habituou-se a dar nas vistas. Rapidamente começou a jogar com os mais velhos e mesmo assim conseguia afirmar-se naturalmente. Embora isso também tivesse as suas consequências, segundo Duarte Santos: «Já era o melhor marcador e melhor jogador do torneio. Os mais velhos já lhe davam uns pontapés maldosos, porque não era fácil ver um miúdo pegar na bola e atravessar o campo com ela».
As fotografias de criança não enganam quando comparadas com o Ronaldo atual, mas será essa a única semelhança? Duarte Santos e Francisco Afonso garantem que não. «Já naquele tempo ele gostava de treinar, de participar e procurava aprender. Disse que queria sempre aprender mais. Que continue a crescer, a ser humilde e a querer vencer», refere o antigo treinador, secundado pelo dirigente do clube: «No feitio soube aprender e teve de aprender, tendo em conta a pressão, mas quando vem à Madeira é a mesma pessoa de sempre, apenas mais sofisticado, claro.»
Porventura, sem Cristiano Ronaldo a esmagadora maioria dos adeptos nunca teria ouvido falar do Andorinha, um pequeno clube madeirense da região de Santo António. No entanto, e apesar do inegável impacto positivo, não seria preciso ao internacional português chegar ao topo do mundo para o Andorinha sentir que cumpriu a sua missão.
«Em termos desportivos e de imagem é a melhor coisa que podia ter acontecido ao clube. O facto de ser o melhor do mundo é um orgulho sem palavras. Se não tivesse sido o melhor do mundo, mas somente uma boa pessoa seria também um grande orgulho», observa Duarte Santos, cuja satisfação é partilhada por Francisco Afonso. «Estou orgulhoso e satisfeito. Estava longe de imaginar que chegaria onde chegou». Ao topo do Mundo e com apenas 28 anos.
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