Humberto Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), lamentou, esta quinta-feira, as críticas de Pinto da Costa e defendeu a opção de viajar para o Gabão, argumentando que é preciso aproveitar o prestígio da seleção portuguesa.
«Respeito o Pinto da Costa, porque é um grande dirigente, mas lamento [as suas declarações]», começou por dizer à entrada para a Gala da Confederação do Desporto de Portugal, a decorrer no Casino Estoril.
Pinto da Costa criticou, em entrevista ao Porto Canal, as condições em que se desenrolou a partida e acusou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de só estar interessada em dinheiro.
«É lamentável pegar nos jogadores dos clubes, que não recebem qualquer benefício, e levá-los para onde muito bem lhes apetece, para um clima totalmente diferente, de forma a jogarem sob uma humidade terrível e num campo sem condições nenhumas», disse o presidente portista.
Humberto Coelho frisou que o cachet, que motivou a viagem ao Gabão para o particular em que Portugal não foi além do empate (2-2), foi público.
«A Federação mantém a transparência que sempre teve. Recebemos 800 mil euros. O cachet revela o prestígio que a seleção portuguesa tem», explicou.
O antigo internacional luso apontou a viagem da Espanha ao Panamá e da Argentina à Arábia Saudita como exemplos de há mercados emergentes no futebol que têm de ser aproveitados.
«É um negócio que interessa a todas as partes», afirmou, antes de completar: «Logicamente, sabemos a importância de um jogador para a seleção e a mais valia que vão dar aos clubes. Os internacionais protagonizam as transferências mais caras».
No entanto, Humberto Coelho recusou tornar público o contrato, alegando que, se o fizesse, teria também de revelar as contas da água e da luz da FPF.
O responsável federativo esclareceu também que Portugal ainda não escolheu o adversário para o próximo particular, que terá lugar a 06 de fevereiro, e que Brasil ou Espanha poderão ser hipóteses.