A capitã da seleção portuguesa de futebol feminino, Edite Fernandes, assume que é com «tristeza e nostalgia» que vai falhar, ao fim de 15 anos, um estágio da equipa das ‘quinas’, devido a uma lesão na tíbia.

«Não é com muita alegria que ao fim de 15 anos não vejo o meu nome na convocatória, mas jogo futebol e estou consciente de que isto pode acontecer», disse Edite Fernandes em declarações à agência Lusa.

A alinhar no Saragoça, de Espanha, Edite Fernandes está fora de competição há um mês, devido a uma fratura de stress na tíbia, descoberta depois de alguns jogos feitos com grande esforço.

«Quando fiz o exame disseram-me que deveria estar um mês de repouso. Mas no segundo exame a lesão estava praticamente na mesma e surgiu mais uma complicação Estamos a tentar ver o que se passa, com mais exames. O tempo de paragem ainda não esta definido», referiu.

Devido aos testes médicos que está a realizar, Edite Fernandes, que soma mais de 100 internacionalizações, não vai marcar presença, a 15 de fevereiro, no estádio municipal do Cartaxo, para o jogo com a Arménia, de apuramento para o Europeu Suécia2013.

«Não vou poder estar presente, mas o grupo sabe que estou com elas de alma e coração. Tenho plena confiança no grupo, acredito que vamos fazer um bom jogo e vamos ganhar», afirmou.

Edite Fernandes vai falhar a estreia de António Violante no comando técnico da seleção feminina, que substitui Mónica Jorge, agora com funções diretivas na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

«Foi uma mudança em termos técnicos, de selecionador e adjunto. Mas o grupo continua o mesmo e vai dar continuidade ao trabalho que estava a ser desenvolvido pela selecionadora anterior», considerou.

A jogar fora de Portugal desde 2001 e depois de passagens pela China, Estados Unidos, Inglaterra, Noruega e Espanha, Edite Fernandes admite que a modalidade tem vindo a melhorar em Portugal, mas considera que «ainda faltam apoios das grandes equipas e das associações».

A futebolista acredita que a nova direção da FPF, presidida por Fernando Gomes, e na qual a antiga selecionadora Mónica Jorge é diretora para o futebol feminino «pode dar um empurrão» a esse desenvolvimento.

«Tenho bastante esperança nesta direção da FPF, na nova função da Mónica Jorge para que possamos desenvolver um pouco mais o futebol feminino», referiu.

A seleção portuguesa concentra-se quinta-feira para começar a preparar o encontro com a Arménia, formação que goleou por 8-0, em setembro.

Com quatro jogos disputados, Portugal ocupa a quarta posição do grupo, com apenas três pontos em quatro jogos. A Dinamarca lidera a classificação, com 12 pontos, seguida da República Checa (menos um jogo) e Áustria, ambas com sete pontos.