O regresso das equipas B ao futebol profissional português tem encontrado grande consenso, nomeadamente como fórmula que «promoverá o jovem jogador português», disse à agência Lusa Agostinho Oliveira, um dos treinadores de maior experiência na área da formação.

Um pouco a exemplo de outras áreas sociais, também no futebol se assiste à saída de muitos talentos – mais ou menos confirmados – para campeonatos de maior grandeza económica.

Na sequência da brilhante exibição da seleção portuguesa no Mundial Sub-20, em agosto na Colômbia, onde perdeu a final com o Brasil, a questão da defesa do jogador português foi aflorada nos mais diversos quadrantes, inclusive pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

Razões suficientes para que a proposta de regulamentação que implementa a entrada das equipas B na Liga de Honra na próxima época, a ser aprovada brevemente pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), encontre «aliados» no mundo futebolístico nacional.

Agostinho Oliveira, que ao serviço da FPF, enquanto técnico e selecionador, trabalhou durante anos com as seleções mais jovens, assume que as equipas B vão dar «espaço de competitividade e espaço» aos jovens jogadores enquanto «futuros ativos» dos clubes.

Foram, precisamente, os emblemas profissionais, através da Liga de Clubes, que desenharam a proposta que a atual Direção da FPP irá aprovar e que lançará diretamente na Liga de Honra as equipas B do FC Porto, Benfica, Sporting, Vitória de Guimarães, Sporting de Braga e Marítimo.

«Isso dará aos jovens jogadores a possibilidade de competir a um nível superior, mais do agrado dos clubes que investirão nessas equipas», salientou Agostinho Oliveira, por comparação com a anterior experiência com as equipas B, iniciada em 1997 e abandonada poucos anos depois.

Segundo o atual responsável pelos escalões de formação do Sporting de Braga e da sua futura equipa B, é agora muito relevante o facto de as futuras regras «ajudarem à integração dos mais jovens nos planteis principais».

É no critério «jogador formado localmente» que Agostinho Oliveira encontra a fórmula que poderá servir melhor o jovem futebolista português, apesar de a nacionalidade não poder ser regra de facto, o que iria contrariar diretivas comunitárias, por exemplo.

«Agora os clubes podem aproveitar os jogadores formados em casa, aqueles que achámos que têm qualidade suficiente para desabrochar nas suas próprias equipas», refere o antigo selecionador nacional.

Segundo a proposta já aprovada pela Liga de Clubes, na ficha de jogo das equipas B devem constar jogadores com idades entre os 16 e os 23 anos, à exceção de três sem limite etário.

Serão considerados jogadores formados localmente os que estiverem inscritos na federação há pelo menos três anos, entre as idades dos 15 aos 21 anos.