O selecionador nacional, Fernando Santos, defendeu hoje, numa conversa com os jornalistas, na Cidade do Futebol, em Oeiras, que o triunfo de Portugal no Euro2016 foi fruto do "mérito" dos jogadores e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Um ano depois da conquista inédita do Campeonato da Europa, o técnico repetiu o modelo das conversas com os órgãos de comunicação social que tivera no estágio em Marcoussis, durante a competição em França, e disse que, apesar do talento da nova geração que começa a despontar na seleção, o sucesso requer equilíbrio e união na equipa.
"Para ganhar é preciso ter equilíbrio. O talento é fundamental, mas não chega para ganhar. Não há nenhuma equipa no mundo que ganhe um Campeonato da Europa sem jogar bem. Agora, não se perde a identidade por pensar também no adversário. Podemos continuar a acreditar em ganhar", afirmou.
Sem deixar de elogiar o trabalho da FPF ao nível da formação, Fernando Santos salientou também que as "bases estão lançadas" e que a vitória no Europeu "não foi sorte". Sobre as críticas à qualidade de jogo apresentada pela equipa das 'quinas' na prova, o técnico recorreu a uma comparação com a Alemanha para defender a sua equipa.
"Pode não ter sido espetacular, mas a Alemanha também ganha muitas vezes sem ser espetacular", disse, acrescentando: "O que nos levou a ganhar foi potenciar o que tínhamos de bom e limitar ao máximo o que havia de menos bom. Conseguimos eliminar o que era potencialmente forte no adversário, não abdicando de procurar aplicar as nossas capacidades."
A liderança de Fernando Santos foi também colocada em paralelo com o peso do capitão Cristiano Ronaldo no seio do grupo. Reconhecendo a importância do avançado português do Real Madrid para os colegas, o selecionador não deixou de clarificar a existência de uma "hierarquia" na estrutura.
"Há uma hierarquia nas lideranças. O Cristiano tem tido um papel importantíssimo nesta união, sobretudo pela sua forma de estar. Muitos destes jogadores colecionaram cromos do Cristiano e quando chegam à seleção encontram afinal um colega com uma disponibilidade incrível. E essa liderança não colide em nada com a liderança natural do treinador", frisou.
Por outro lado, o treinador português explicou que os 'heróis' do Euro2016 não o condicionam nas suas escolhas para o futuro da seleção portuguesa, dando mesmo o exemplo das alterações no lote de convocados entre a prova do ano passado e a recente Taça das Confederações.
"Não condicionam as escolhas. Construímos esta união do grupo antes de irmos para Marcoussis, pois se tivesse sido só em Marcoussis não teria funcionado. Quase todos os jogadores mandaram mensagens antes da Taça das Confederações. Esta família mantém-se e é indestrutível", disse.
Já em relação à reta final do apuramento para o Campeonato do Mundo de 2018, Fernando Santos assumiu a dificuldade da luta com a Suíça, reiterando a necessidade de 'esquecer' os desafios do rival pelo primeiro lugar e respetiva qualificação direta para a prova.
"Faltam quatro jogos muito difíceis. Esta equipa está habituada a isso e tem de ganhar todos os jogos para ficar em primeiro lugar. Há que preparar muito bem estes jogos, não queremos ir ao 'play-off'. Temos de esquecer a Suíça e ganhar os quatro jogos", finalizou.
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