O presidente da Associação de Futebol de Coimbra, Horácio Antunes, afirmou hoje que gostaria que o projecto de estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) fosse adoptado sem danos para o futebol português.

«O sentimento que noto é que as associações gostariam de resolver o problema sem qualquer tipo de danos para os clubes portugueses e para a selecção nacional», frisou à Agência Lusa Horácio Antunes, aludindo à ameaça de sanções por parte da FIFA, caso o impasse se mantenha.

Quinta-feira, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, manifestou-se preocupado com o atraso na adequação dos estatutos da FPF ao Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), bem como aos «estatutos-tipo» do organismo Mundial e aos da UEFA.

Também Jerôme Valcke, secretário-geral do organismo mundial, sublinhou que se o impasse se mantiver «é previsível que na sua próxima reunião, o Comité das Associações proponha ao Comité Executivo a aplicação de sanções a Portugal».

«Penso que é possível chegar a um entendimento com o futebol profissional, nomeadamente com a Liga, corrigindo, por exemplo, a representatividade dos nossos clubes no colégio eleitoral e na Assembleia Geral (AG). Há uma grande disparidade, porque, dos 32 clubes, os profissionais ficam com 20, enquanto os 4000 dos distritais passam a ter sete», explicou Horácio Antunes, acrescentando que os outros oito lugares se destinam a emblemas da II e III divisões.

O presidente da AF Coimbra reiterou que «é possível chegar a um bom entendimento», para que «finalmente» se resolva a questão da adequação dos estatutos, na reunião magna de 19 de Março, solicitada pela direcção federativa ao presidente da Mesa da AG, Avelino Ribeiro.

Horácio Antunes sublinhou ainda que as associações devem reunir-se «no fim-de-semana de 12 e 13 de Março e, novamente, na habitual reunião na véspera da AG».

A Agência Lusa tentou contactar o presidente da AF de Leiria e da Comissão Delegada das Associações Distritais e Regionais, Júlio Vieira, sem sucesso, por estar ausente no estrangeiro.

A falta de adequação dos estatutos da FPF ao RJFD – a última proposta foi chumbada na AG de 29 de Janeiro –, levou o Governo a suspender o estatuto de Utilidade Pública Desportiva do organismo.