O substituto de Fernando Santos no comando da seleção nacional deve olhar “de forma transversal” para o futebol português, considerou hoje o treinador Luís Castro, aprovando um alegado interesse no espanhol Roberto Martínez.

“Um treinador que seja audaz e transporte consigo uma boa metodologia de treino e uma boa proposta de jogo serve a qualquer seleção. No lote estão certamente treinadores de grande prestígio. Em relação à seleção nacional, não é preciso [alguém que seja] um conhecedor profundo do atleta português, porque este é conhecido no mundo e ninguém vai encontrar jogadores desconhecidos”, observou o técnico dos brasileiros do Botafogo.

Luís Castro falou aos jornalistas no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, horas antes de viajar para o Brasil, num dia em que a imprensa noticiou um alegado acordo verbal do treinador espanhol Roberto Martínez, que deixou a seleção belga após o Mundial2022, com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para comandar a formação das ‘quinas’.

“É um treinador de prestígio, que tem um passado de seleções inquestionável em termos de qualidade. Agora, quem define perfis são os presidentes das federações, neste caso Fernando Gomes, que certamente vai escolher um treinador de acordo com o perfil que traçou. Se assim for, pode ser claramente selecionador nacional. Roberto Martínez é um bom treinador. Gostámos muito da Bélgica no Euro2020, mas já não gostámos tanto no Mundial2022, algo que também ocorreu em função do momento dos jogadores”, avaliou.

O desaire com Marrocos (1-0), nos quartos de final do maior torneio mundial de seleções, precipitou a saída de Fernando Santos, que permaneceu no cargo durante oito anos e ‘selou’ os dois únicos troféus internacionais no patamar sénior de Portugal, ao vencer o Euro2016 e a Liga das Nações de 2019, por entre 67 vitórias, 23 empates e 19 derrotas.

Desvalorizando a relevância da nacionalidade do próximo selecionador luso, Luís Castro encarou “de forma muito natural” a presença do compatriota Abel Ferreira, que levou o Palmeiras ao seu 11.º título de campeão brasileiro no ano passado, entre os pretensos candidatos apontados pela imprensa à substituição de Tite no comando da ‘canarinha’.

“O Abel Ferreira tem qualidade para treinar um clube ou uma seleção. Qualquer treinador prestigiado no mundo pode comandar a seleção brasileira. É sempre uma honra estar associado a seleções de tanto prestígio como as de Brasil ou Portugal. Acho que, quem escolhe, analisa muito bem o mercado e sabe quem melhor serve para dirigir as suas seleções. As federações são lideradas por homens muito sabedores do futebol”, admitiu.

Instado a comentar a edição 2022/23 da I Liga portuguesa, o técnico, de 61 anos, notou que o líder Benfica, o campeão em título FC Porto, o Sporting e o Sporting de Braga “são grandes equipas” e devem “claramente lutar até ao fim” pela conquista do cetro nacional.

Com passagens por Penafiel, FC Porto, Rio Ave, Desportivo de Chaves ou Vitória de Guimarães no principal escalão luso, o técnico vai iniciar a época 2023 pelo Botafogo na receção ao Audax Rio, em 14 de janeiro, na abertura do campeonato do Rio de Janeiro.