Justificando a sua opinião porque “a selecção nacional pertence a todos”, Manuel Machado começou por defender que “o que está a acontecer não devia acontecer”.
“Se as forças que não querem Carlos Queiroz como seleccionador nacional se sobrepõem aos que querem, deviam sentar-se com o treinador à mesa, chegar a um acordo com ele e encontrar um patamar de equilíbrio que defenda os interesses da Federação Portuguesa de Futebol [FPF] e do profissional”, considerou.
De outro modo, “o desporto nacional e os órgãos implicados não saem por cima” com a tentativa de “criar esta gravidez psicológica em que não há óvulo, matéria seminosa, não há barriga, não há nada, para tentar arranjar uma solução com estas trapalhadas todas”.
Manuel Machado, que falava à margem da antevisão da recepção ao Rio Ave, da segunda jornada do campeonato, defendeu ainda que este episódio não faz jus ao hino nacional.
“Cantamos o hino dizendo ‘heróis do mar, nobre povo, nação valente’, mas não é por aqui que lhe fazemos jus. Acho que estamos a proceder com um povo menor e a imagem que passamos para o exterior não enaltece as nossas estruturas e o nosso futebol”, concluiu.
O Conselho de Disciplina da FPF suspendeu Carlos Queiroz por um mês pelos insultos do seleccionador a uma brigada da Autoridade Antidopagem de Portugal, o que o impede de se sentar no banco nos dois primeiros jogos de qualificação para o Campeonato da Europa de 2012, frente a Chipre e Noruega.
Além de uma multa pecuniária de mil euros, a direcção da FPF instaurou ainda um inquérito a Carlos Queiroz por declarações suas ao semanário Expresso envolvendo o vice-presidente Amândio de Carvalho.
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