O treinador português Luís Norton de Matos, responsável pela seleção de sub-17 da India, anfitriã do Mundial2017 de futebol da categoria, disse hoje estar empenhado em “contrariar as expectativas” e “surpreender” na inédita participação à escala global.
“É o primeiro Mundial para a India e é um grande desafio para nós”, disse Luís Norton de Matos ao sítio da FIFA, admitindo, a sete meses do início do Mundial, que as hipóteses da seleção anfitriã são escassas e que todos têm consciência disso.
Mas, ainda de acordo com o treinador português, de 63 anos, “é a condição de ‘outsider’ que torna este desafio único e motivador, porque a equipa quer representar o país com dignidade e orgulho, tendo como objetivo ganhar o jogo de estreia”.
“Uma equipa determinada pode derrotar adversários mais fortes. Cem homens organizados, vencedores e destemidos podem derrotar mil inimigos”, prosseguiu Norton de Matos, recorrendo a Mahatma Gandhi para acrescentar que “a força não vem da capacidade física, mas de uma vontade indomável”.
Norton de Matos, que enquanto jogador representou o Benfica na década de 70, foi indicado selecionador de sub-17 da Índia no início de março, pela sua experiência no trabalho desenvolvido nas camadas jovens no Senegal e Guiné-Bissau.
“A experiência dá-me conhecimento e a abordagem necessária para lidar com os jovens. Assim, não é por acaso que em todas as minhas experiências anteriores como treinador tenho moldado jovens jogadores”, disse Norton de Matos.
Para o treinador português, que considera um momento mágico na sua vida estar a viver num pais que o seduz, “é uma honra participar na campanha histórica da India no Mundial”.
“Nada acontece por acaso e o homem é escolhido pelo destino. Para ser honesto, não estava muito familiarizado com o futebol indiano (antes de assumir o cargo)”, adiantou o treinador, recordando que o futebol tem uma linguagem universal e que deposita grandes expectativas em trabalhar com a seleção asiática.
Com a aproximação da data do início da competição, a paixão pelo futebol começa a tomar conta da Índia e Norton de Matos acredita que o segundo mais populoso país do Mundo tem razões para “sonhar e acreditar” na sua seleção de sub-17.
"Não tenho dúvidas sobre o enorme potencial jovem do país”, disse, apontando, no entanto, a necessidade de se construir um plano de reconhecimento alargado a todas as regiões do país, escolas de futebol e uma estrutura competitiva adequada, que permita a evolução do jogo.
Apesar de se encontrar no cargo há pouco tempo, Luís Norton de Matos está “confiante e impressionado com o grupo de trabalho, que integra jogadores muito concentrados, humildes, emocionalmente fortes e com um enorme desejo de aprender e evoluir”.
A edição 2017 do Mundial de futebol de sub-17 realiza-se na Índia, de 06 a 28 de outubro.
Comentários