Fernando Santos já não é selecionador nacional. O anúncio foi feito esta quinta-feira e põe fim a uma ligação de oito anos com a equipa portuguesa. O treinador substituiu Paulo Bento a 23 de setembro de 2014, após o Campeonato do Mundo realizado no Brasil.

Ao longo desse período o treinador conquistou um Campeonato da Europa em 2016, ano em que foi eleito pela IFFHS como melhor selecionador do Mundo, e uma Liga das Nações em 2019, tendo conseguido apurar Portugal para as fases finais dos Mundiais de 2018 e 2022, e os Europeus de 2016 e 2020.

Aos comandos da seleção nacional, Fernando Santos cumpriu 109 jogos, dos quais resultaram 67 vitórias, 23 empates e 19 derrotas.

Veja as imagens dos oito anos do treinador ao comando da Seleção Nacional

O treinador de 68 anos tinha contrato até 2024, contudo terá chegado a um acordo para a rescisão amigável do mesmo.

Pouco passava das 18 horas quando a Federação Portuguesa de Futebol emitiu um comunicado no seu site oficial.

Leia aqui o comunicado da FPF:

Comunicado da FPF.

"A Federação Portuguesa de Futebol e Fernando Santos concordaram em dar por terminado o percurso de grande sucesso iniciado em setembro de 2014.

Após uma das melhores participações de sempre da Seleção Nacional em fases finais do Campeonato do Mundo, no Catar, FPF e Fernando Santos entendem que este é o momento certo para iniciar um novo ciclo.

Com Fernando Santos à frente da Seleção Nacional, o nosso País venceu pela primeira vez duas competições internacionais: o inesquecível Euro 2016, em França, e a Liga das Nações, em 2019.

Além dos títulos conquistados, Fernando Santos tornou-se o selecionador com mais jogos e mais vitórias.

Foi uma honra ter podido contar com um treinador e uma pessoa como Fernando Santos na liderança da Seleção Nacional.

A FPF agradece a Fernando Santos e à sua equipa técnica os serviços prestados ao longo de oito anos ímpares e acredita que este agradecimento é feito também em nome dos portugueses.

A Direção da FPF iniciará agora o processo de escolha do próximo selecionador nacional."

No vídeo que acompanhou este comunicado publicado no site oficial da FPF, Fernando Santos deixou uma mensagem de despedida. O treinador deixou uma longa lista de agradecimentos e terminou afirmando que vai continuar a apoiar a seleção nacional.

Leia as palavras de despedida de Fernando Santos

"Saio com um enorme sentimento de gratidão pelo privilégio de assumir o comando da seleção nacional, um objetivo de vida cumprido, quero agradecer em primeiro lugar a todos os jogadores com quem trabalhei desde 2014, todos sem exceção.

Num grupo têm que se tomar algumas decisões difíceis, nem todos ficam contentes, mas as opções que tomei, todos sabem foram todos a pensar no melhor que seria para a seleção. Agradeci aos meus colegas, treinadores que deram muitos jogadores à seleção, uma relação excelente aberta e leal.

Agradeço à minha equipa técnica, à Federação Portuguesa de Futebol, ao João Pinto e Humberto Coelho sempre ao meu lado, e a todo o staff que comigo e a todos que se cruzaram comigo, ficaram para sempre no meu coração. Quero agradecer em especial ao Doutor Fernando Gomes, sempre me apoiou, foi um líder nos bons e nos momentos mais difíceis.

Uma última palavra aos adeptos, a partir de agora serei mais um, entre tantos milhões que viram e apoiam a seleção. Estarei de corpo e alma não no banco, mas nas bancadas a cantar o nosso hino e a querer muito que a seleção nos dê muitas alegrias", disse o já ex-selecionador nacional.

Fernando Santos iniciou a carreira de treinador ao serviço do Estrela da Amadora, antes de abraçar o projeto no Estoril. Chamou a atenção do FC Porto, onde conquistou um inédito pentacampeoanto. Permaneceu até 2001, rumou depois ao campeonato grego, onde conheceu o sucesso ao serviço do AEK, onde conquistou o 2.º lugar, e venceu a Taça da Grécia.

Teve depois uma passagem fugaz pelo Panathinaikos, antes de assumir o comando técnico do Sporting em 2003/04. Voltou à Grécia para colocar o AEK na rota da Champions, um feito muito importante para uma equipa que atravessava graves problemas financeiros. Rumou mais tarde ao Benfica, tornando-se no terceiro técnico a assumir o comando dos três grandes em Portugal.

Voltou mais tarde ao seu Porto Seguro, primeiro para comandar o PAOK e mais tarde a seleção da Grécia, substituindo o treinador Otto Rehhagel, que tinha conquistado o campeonato europeu em 2010.

No Euro 2012 levou a Grécia aos quartos de final da prova. No Mundial de 2014, levou à Grécia aos oitavos de final, onde acabou por cair frente à Costa da Rica nas grandes penalidades.