José Mourinho marcou presença, nesta quarta-feira, na homenagem que o Rio Ave fez aos antigos jogadores do clube que foram à final Taça de Portugal, sendo um deles o seu pai. O treinador aproveitou ainda o momento para responder a algumas perguntas sobre o seu futuro, o Benfica, Rúben Amorim e até sobre André Villas-Boas.

"Não façam perguntas dessas. Não ando no futebol movido por esse tipo de sentimentos. E depois, não me façam perguntas sobre clubes que têm treinador. Mantive-me sempre à parte de qualquer comportamento não ético. Por perguntas como essas, vocês estragam-me muitas vezes o fim de semana", começou por dizer quando questionado sobre um possível interesse do Benfica.

"Em Londres vivo a dois minutos do estádio do Chelsea. Da minha casa ouvem-se os golos e as manifestações das pessoas. No dia em que o estádio começou a cantar o meu nome, deixei de ir ao futebol. Ao do Chelsea não vou mais. Tenho de ir a outros estádios. Da minha casa ao Estádio da Luz, são 20 ou 30 minutos, tenho amigos com camarotes onde fui dois ou três jogos. Vocês começaram a fazer perguntas desse tipo já não vou. Lixaram-me com essas perguntas", acrescentou.

Já sobre Rúben Amorim, José Mourinho foi perentório e acabou por responder, à sua maneira, a "uma pergunta que não devia responder": "O que posso dizer? Gosto dele como pessoa e como treinador. Tem condições para treinar em qualquer Liga e ou qualquer clube. Está numa Liga boa e num grande clube. A decisão é dele e dos clubes que o queiram convencer com mais ou menos argumentos. Aquilo que fica claro, da minha parte, é que gosto da pessoa e do treinador".

O técnico foi ainda questionado com a vitória de André Villas-Boas como novo presidente do FC Porto mas quis 'distanciar-se' do assunto.

"Por ter trabalhado com ele? Ele é que trabalhou comigo", começou por dizer. "Estou na história do FC Porto como treinador e não como associado, mantive-me afastado do processo eleitoral e continuarei fora da atualidade do clube".

"Obviamente que foi um clube importante na minha história. Dizer uma palavra ao senhor presidente Pinto da Costa… Quem sou eu para dizer algo mais do que a história diz? Sobre André Villas-Boas, com quem vivi de perto 5/6 anos da minha carreira, não posso desejar nada de negativo", acrescentou.

"Estamos a falar de provavelmente 15 anos em que não trabalhámos juntos, em 15 anos as pessoas mudam tanto… Para melhor e para pior. Ele teve uma experiência no futebol e preparou-se para este desafio na sua vida. Seguramente preparou-se bem e se se candidatou é porque ele próprio se sente preparado para isso", rematou.

Sem treinar desde janeiro, altura que deixou a Roma, Mourinho afirmou ainda não ter nenhum convite por parte de clubes portugueses e revelou ainda que a possibilidade de treinar a seleção nacional esteve perto.

"Tive a possibilidade de voltar a Portugal, à Seleção. Foi uma possibilidade real, muito real. Agora estamos no Europeu, com um treinador que tem feito um ótimo trabalho, com uma geração de jogadores ótima. Aquilo que quero é que tudo corra bem, e isso é ganhar. Para aquele grupo de jogadores é ganhar. Ganhando ele [Roberto Martínez] vai continuar e o grupo de jogadores continuará com ele até ao Mundial. Se tiver de acontecer um dia, vai acontecer", adiantou.

"Para mim é uma das três equipas mais fortes. Portugal, França e Inglaterra. Podem acontecer surpresas, sim. Mas olhando para a qualidade e quantidade de jogadores, acho que Portugal tem de ir para ganhar", concluiu.