Carlos Queiroz quis manter o tabu perante os jornalistas dinamarqueses, mas a verdade é que vai abandonar o tradicional sistema em “4x3x3” para apostar no “4x4x2”, alegadamente mais adaptado aos jogadores que tem, rotinados a esse esquema de jogo nas respectivas equipas.

Eduardo continua na baliza e na defesa não há duvidas quanto à titularidade de Bosingwa e Duda nas laterais direita e esquerda, respectivamente, bem como os centrais Ricardo Carvalho e Bruno Alves.

Num meio-campo, em losango, Pepe vai manter-se a “trinco” e Raul Meireles e Tiago nas laterais, enquanto Deco continuará a pautar o futebol ofensivo da equipa.

Cristiano Ronaldo é intocável (“vamos encontrar uma solução que permita ao melhor jogador do mundo demonstrar a qualidade do seu futebol”, disse Queiroz) e só falta saber quem o vai acompanhar no ataque.

Simão está em forma, tem “estatuto” e já jogou em “4x4x2” no ultimo ano no Benfica - tanto a “pivot” como a avançado - e afigura-se como forte possibilidade a integrar o “onze”: caso contrário, será uma arma para abrir mais tarde a defesa nórdica em técnica e velocidade.

Liedson espera estrear-se pela equipa das “quinas” a titular e tem a vantagem de ser um “homem-golo” que Portugal precisa fixar na área, uma vez que pretende controlar o desafio no meio-campo e tentar actuar em ataque continuado. Além disse, joga neste sistema no Sporting.

Nani tem dado resposta positiva sempre que é chamado e também aspira a um lugar, mas alegadamente parte um pouco mais atrás na corrida, tal como Nuno Gomes, que voltou à selecção um ano depois e não tem sido titular no Benfica.

Do lado da Dinamarca, fala-se muito das nove ausências no grupo, mas a verdade é que apenas dois ou três se podem considerar titulares, com destaque para o central Daniel Agger, do Liverpool.

Os nórdicos têm um lote de cerca de 30 jogadores (em seis jogos foram utilizados 35, contra 27 de Portugal) com nível muito equilibrado, pelo que, numa equipa que tem no poder do colectivo a sua maior “estrela”, as ausências não são tão notadas.

Stephan Andersen será o guarda-redes atrás de um quarteto defensivo composto pelo polivalente William Kvist (habitualmente é médio), Simon Kjaer, Anders Moller Christensen e Lars Jacobsen (defesa direito adaptado à esquerda).

Jakob Poulsen e Cristian Poulsen são médios com características mais defensivas, que permitem um losango ofensivo composto por Dennis Rommendahl e Martin Jorgensen nas alas e Jon Dahl Tomasson a “pivot”, no apoio a Nicklas Bendtner, o homem mais avançado.

Os dinamarqueses têm sido pródigos em provocações - prometem marcação dura a Cristiano Ronaldo e questionam a moralidade de Liedson na selecção -, mas os portugueses já garantiram que relevam esses jogos mentais a favor da concentração do objectivo, que é ganhar.