A seleção portuguesa de futebol inicia na sexta-feira a campanha rumo à oitava fase final consecutiva, para o Mundial2014, série que se iniciou em 2000 e que quebrou a sina de qualificações falhadas.
Depois de apenas quatro presenças nos grandes palcos em 70 anos, desde a realização do primeiro Mundial, em 1930 (para o qual não se inscreveu), até ao apuramento para o Europeu de 2000, em que atingiu as meias-finais, Portugal iniciou na viragem do século uma invejável série de presenças seguidas.
Entre o Mundial de 1934 e o Europeu de 1964, a equipa lusa conheceu um "jejum" de 30 anos, mas a estreia em fases finais não poderia ter sido mais auspiciosa: liderados pelo estelar Eusébio, os Magriços causaram sensação e conquistaram a medalha de bronze no Campeonato do Mundo de 1966.
O "pantera negra" foi mesmo o melhor marcador da prova, com nove golos, e Portugal apenas sucumbiu nas meias-finais ao peso da seleção anfitriã, a Inglaterra, que acabou por conquistar o título ao vencer numa polémica final a República Federal da Alemanha, enquanto os portugueses bateram a Rússia no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares.
Ao brilharete em solo inglês seguiu-se mais um longo interregno de quase 20 anos e oito fases finais falhadas, mas a equipa lusa voltou a deixar a sua marca na segunda presença em grandes competições internacionais, no Europeu de 1984, onde caiu de novo nas "meias" e também frente aos anfitriões, desta vez a França, que se sagrou campeã.
Portugal parecia ter entrado na rota das fases finais, quando se apurou para o Campeonato do Mundo de 1986, mas a viagem ao México será sempre lembrada pelos piores motivos: o clima de guerrilha no seio da comitiva que ficaria conhecido como o "caso Saltillo".
A seleção portuguesa voltou a resumir-se ao "obscurantismo" das fases de qualificação e só 10 anos mais tarde voltou a marcar presença entre os grandes, no Europeu de 1996, com uma equipa na qual sobressaíam os campeões mundiais de juniores em 1989 e 1991, dos quais se destacavam Luís Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto.
Portugal foi afastado nos quartos de final com alguma surpresa pela República Checa, batida na final pela Alemanha, mas iniciou em Inglaterra uma série de cinco participações consecutivas em Europeus, que culminou nas meias-finais do Euro2012, há pouco mais de dois meses.
A "equipa das quinas" voltou a passar ao lado do Campeonato do Mundo de 1998, mas o Euro2000 - no qual repetiu a proeza de 1984 e atingiu as meias-finais, voltando a baquear perante a França - marcou o início de uma assiduidade inaudita, que pode conhecer no Brasil o oitavo capítulo.
Se no Mundial de 2002 Portugal se ficou pela primeira fase, o Euro2004 mobilizou o país e seleção correspondeu com o melhor resultado de sempre, apesar de ter terminado a prova com uma amarga derrota na final perante a Grécia, por 1-0, num Estádio da Luz a rebentar pelas costuras.
No Campeonato do Mundo de 2006, a seleção lusa ficou muito próximo de repetir o resultado de 1966, terminando no quarto lugar ao perder com a anfitriã Alemanha no jogo pela medalha de bronze e depois de mais uma vez ter sido afastada da final pela França, derrotada pela Itália no jogo decisivo.
O Europeu de 2008 e o Mundial de 2010 voltou a contar com a equipa nacional, mas sem o brilhantismo das duas edições anteriores, limitando-se aos quartos e oitavos de final, respetivamente, mas Portugal reapareceu entre os melhores no Euro2012, perdendo apenas nas meias-finais com a Espanha, bicampeã europeia e campeã do Mundo.
Na sexta-feira, no Luxemburgo, a equipa treinada por Paulo Bento - que já tinha orientado a equipa no último Europeu - inicia uma campanha que espera que seja tão bem sucedida como a das antecessoras mais recentes, no grupo F europeu de qualificação para o Mundial do Brasil, em 2014.
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