Carlos Queiroz surgiu esta noite na TVI onde, depois de ter sido ilibado pelo Tribunal do Desporto, explicou os contornos dos acontecimentos que levaram ao seu despedimento do cargo.

Referindo dados estatísticos durante os seus dois anos como seleccionador, apenas 3 jogos perdidos nesse período, apuramento para o Mundial e apenas uma derrota, frente à Espanha, no Mundial 2010, Queiroz garante que não haveria «razões desportivas para a demissão».

O ex-seleccionador referiu o jantar de despedida oferecido por José Sócrates e onde o primeiro-ministro terá provocado alguns incómodos pela referência apenas aos jogadores luso-brasileiros e a Scolari.

«Oh Carlos, não ligues que ele (José Sócrates) com estas coisas da política já anda pataroco», terá dito Amândio de Carvalho a Carlos Queiroz neste jantar quando o primeiro-ministro teceu elogios apenas aos três jogadores luso-brasileiros tendo mesmo dito «três não, quatro, porque falta aqui Scolari, tão querido por todos nós e de quem temos tantas saudades».

Estas afirmações, de acordo com Carlos Queiroz, não caíram bem no seio da comitiva e provocaram mesmo o início de toda a tensão entre o ex-seleccionador e o secretário de Estado do Desporto.

Relativamente a Laurentino Dias, Carlos Queiroz afirma que este não agiu de boa fé e tentou deliberadamente o seu afastamento do comando da equipa nacional.

Neste processo, Carlos Queiroz voltou a sublinhar que Madaíl esteve sempre a seu lado e que foi mesmo obrigado a dar um «murro na mesa» perante as personalidades que queriam afastar Queiroz.

O ex-seleccionador deixou novamente duras criticas a Luís Horta, presidente ADoP, afirmando que não tem «integridade e competência» para estar à frente da entidade que controla o doping no desporto.

A terminar, Carlos Queiroz garantiu que o «ambiente era óptimo» no seio da selecção e aproveitou para deixar uma mensagem a Pepe, com quem trocou nos últimos dias palavras acaloradas:

«Se ele meditar como tem sido instrumentalizado, talvez perceba que o que tem dito a meu respeito não é o mais correcto», terminou.