"Temos uma equipa técnica reestruturada, estamos a dar e a consolidar os primeiros passos na harmonização dos processos e na coerência dos processos de selecção de jogadores para as diferentes equipas nacionais. Estamos a pôr em prática um plano, não diria de emergência, mas de acção, que visa proporcionar aos melhores jogadores o maior número de oportunidades", explicou o seleccionador luso, após assistir ao treino da selecção de sub-20.

Antes de se reunir com os técnicos de todos os escalões de formação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Rio Maior, Queiroz assegurou que "já está no terreno todo um processo de harmonização dos critérios de selecção dos jogadores".

"Hoje mesmo, na reunião da equipa técnica nacional, vou monitorizar toda a matriz de jogadores que estão identificados, dos 15 aos 23 anos. Portanto, todos os escalões vão ser reanalisados, e discutidos todos os jogadores, posição por posição", frisou o seleccionador, acrescentando que está a ser implementados "modelos de jogo e preparação para a formação e aprendizagem para a cultura de selecção dos jogadores".

Este "plano de trabalho", que tem como objectivo "ter resultados, mais e melhores jogadores, mais qualificados e mais preparados para representar a selecção AA", implementará também "a coerência dos métodos de treino, métodos de preparação, exercícios de finalização e trabalho defensivo".

"Neste momento há uma decisão tomada, evolutiva e progressiva, de um padrão até aos 17. Até aos 18 anos vamos jogar de acordo com um padrão, a partir dos 19 vamos introduzir opções, com um segundo modelo que vamos treinar e preparar, para ter mais alternativas para não ficarmos amarrados a só um modelo de jogo", referiu.

Questionado sobre a ausência de Portugal dos Mundiais de sub-20 e sub-17, Queiroz reconhece que "ganhar e chegar aos Mundiais faz parte do processo de formação de um profissional de futebol".

"O que vamos tentar é, de uma forma sistemática, proporcionar mais oportunidades aos nossos melhores jogadores e, depois, centrar os nossos recursos nesse grupo de elite da selecção nacional, que é definido pelos critérios que estou a coordenar com toda a equipa técnica, para que estejam preparados individualmente e colectivamente para estar nas fases finais e, se possível, a lutar pelas medalhas", sublinhou, realçando que "nesses ambientes que os jogadores ganham a personalidade e o estatuto para serem grandes jogadores ao nível internacional".

Também integrado no plano de "harmonização", a FPF, através de Rui Caçador, vai, "a seguir a Novembro", promover "as relações institucionais com as associações e os clubes" e especializar os jogadores às posições mais carentes, como é o caso dos defesas esquerdos.

"Eu quero dialogar com os técnicos e com os treinadores dos clubes sobre a adaptação de determinados jogadores a essas posições", afirmou Queiroz, dando como exemplo a existência de vários esquerdinos nesta selecção que podem ser adaptados àquela posição.

Para resolver outro dos "problemas" identificados, nas balizas, Queiroz destacou a "preocupação desde o ano passado" na preparação de guarda-redes.

"Se é um problema que temos, numa posição específica, nós não podemos ter selecções nacionais sem treinadores de guarda-redes. Isso é que é amadorismo. (...) Os outros que passaram por aqui não tiveram a preocupação de ter treinadores especializados para treinar guarda-redes. Até admito que seja amadorismo, mas estamos a evoluir, passámos da irresponsabilidade ao amadorismo", vincou.