Com mais peso, menos cabelo, alguns já grisalhos, vários dos portugueses campeões do Mundo de futebol de sub-20 em Riade1989 e em Lisboa1991 mataram este sábado saudades à mesa e no campo.
Gil marcou o único golo do encontro que opôs as duas gerações no Estádio Municipal José Martins Vieira, na Cova da Piedade, correspondendo de cabeça a um cruzamento da direita de Nelson, e o tento mereceu uma dedicatória especial.
«Marcar um golo é sempre importante, tem sempre um sabor especial e, neste primeiro reencontro entre as duas gerações, fica na história. Dedico-o a todos os que não estiveram presentes e acabei por festejar como o Toni, levantando a camisola», sublinhou o agora agente FIFA, recordando o seu companheiro no ataque vencedor em 1991.
Luís Figo, a estrela maior entre os presentes e que chegou a ser considerado o melhor jogador do Mundo em 2001, assumiu as dificuldades físicas, destacando como prioridade o “convívio” e a solidariedade para com o centro de acolhimento temporário “Janela Aberta”, para crianças em risco.
«Com muito mais peso, mas o importante é desfrutar de um dia diferente com muita gente que não se via há muitos anos e é um prazer rever estes amigos», frisou o director de relações externas dos italianos do Inter Milão.
O bicampeão João Vieira Pinto alinhou pela equipa de Riade e justificou a derrota com os adversários “mais frescos”. Apesar disso, Cau acabou por sair lesionado, devido a um estiramento na coxa direita, e provou que os anos começam a pesar.
O substituto do médio de origem cabo-verdiana foi o “reforço” Paulo Pilar – que era da geração de 1991, mas não integrou a convocatória final por lesão –, que, juntamente com antigo avançado Luís Miguel, contrariavam a imagem deixada por João Vieira Pinto.
A passagem do tempo deixou marcas em todos, notórias quase 19 e 21 anos depois, com algumas rugas, acentuadas quedas de cabelo e, em grande parte, muitos cabelos brancos, distanciando as conquistas, que tantas saudades e recordações deixam.
«Reencontrei muitos amigos que não via há muito tempo, no caso do Xavier desde a viagem de Riade para cá. Acho que este momento deve servir para dizer que o futebol português e Portugal devem um reconhecimento que nunca será tarde para fazer, sublinhou Nelo Vingada.
Para o técnico, então adjunto de Carlos Queiroz, actualmente é mais fácil orientar estes jogadores, porque o intuito é apenas “diversão”. E foi o que fizeram os campeões em três jogos de 30 minutos.
Depois da vitória da geração de 1991, com o tal golo de Gil, a equipa consagrada em Riade bateu os veteranos do Sporting por 2-0, com golos de Xavier e João Vieira Pinto, e a formação de Lisboa venceu os “leões” com um golo solitário de Luís Miguel, sempre sob arbitragem do setubalense Lucílio Baptista.
Contando dez ausências, entre as quais as dos “notáveis” Rui Costa, Paulo Sousa, Fernando Couto e Jorge Costa, os campeões reencontraram-se primeiro de manhã numa unidade hoteleira, na Costa da Caparica, e depois dos jogos encerram a jornada à mesa, numa gala solidária, no Monte da Caparica.
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