A UEFA confirmou, esta quinta-feira, que não enviará qualquer representante à Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) marcada para sábado, destinada a votar a adequação dos estatutos ao novo regime jurídico.

«Não enviaremos nenhum observador à próxima Assembleia-Geral por ser uma reunião extraordinária, mas voltaremos a indicar um representante na próxima reunião ordinária», esclareceu à Lusa fonte do organismo.

Tal como já tinha sublinhado o presidente da FPF, Gilberto Madail, a fonte da UEFA confirmou que a presença de um representante do organismo europeu nas reuniões magnas das federações filiadas «é muito comum».

A confirmação da ausência de representantes da UEFA surge um dia depois de Gilberto Madail ter anunciado que pedira ao organismo europeu para não enviar os seus dois representantes a Lisboa, para que isso não fosse entendido como «uma forma de pressão» sobre os sócios da FPF.

«Tendo em conta a importância desta assembleia e o facto de eu acreditar seguramente que os sócios da FPF vão ter capacidade e vontade para resolver este problema, e para que não seja entendido como forma de pressão ou outra coisa qualquer, decidi pedir à UEFA para suspender a vinda cá», afirmou Gilberto Madail na quarta-feira.

Na sexta-feira tinha sido anunciado que a UEFA decidira enviar dois representantes à próxima Assembleia-Geral da FPF, um deles também ligado à FIFA.

O impasse no seio da FPF, que mantém os estatutos à margem da Lei, levou a FIFA a lançar o aviso de que o organismo luso corre o risco de sofrer sanções.

A FIFA instou a FPF a aprovar novos estatutos em Assembleia-Geral e depois realizar eleições em cumprimento com os regulamentos, ameaçando levar o caso à Comissão de Associações, se assim não acontecer.

Caso o incumprimento se mantenha, a FIFA pode impedir a selecção e os clubes portugueses de participarem em competições internacionais, o que poderia afastar Portugal do Euro2012.

Com eleições marcadas para 05 de Fevereiro, a FPF ainda não adequou os seus estatutos ao regime jurídico, em vigor desde 31 de Dezembro de 2008, o que deveria ter acontecido até ao início do ano passado.

O modelo de estatutos foi rejeitado pela Assembleia-Geral de 18 de Julho de 2009, numa clara oposição das associações distritais e regionais ao novo regime jurídico, que lhes retira a maioria nas votações em reuniões plenárias.

O adiamento sucessivo levou o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, a suspender o estatuto de utilidade pública desportiva da FPF, por despacho datado de 12 de Abril de 2010, retirando uma série de apoios ao organismo, embora com salvaguarda da actividade das selecções nacionais e as deslocações dos clubes aos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Na semana passada, o Governo agravou as sanções aplicadas à FPF, impedindo o Instituto do Desporto de celebrar qualquer contrato-programa com o organismo, incluindo os relativos às actividades das selecções nacionais.

Antes das eleições de 05 de Fevereiro, às quais se apresenta uma lista única liderada por Horácio Antunes, presidente da Associação de Futebol de Coimbra, no sábado realiza-se uma Assembleia-Geral Extraordinária convocada pela Liga de clubes com o intuito de aprovar novos estatutos, que só passam com o aval de 75 por cento dos sócios da FPF.

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