Os “capitães” das 20 equipas da Série A italiana, entre eles Francesco Totti (Roma), Alessandro del Piero (Juventus), Javier Zanetti (Inter) e Gennaro Gattuso (Milán), tornaram hoje pública uma carta em que instam os clubes a aceitar o acordo alcaçado no final do ano passado, depois de dois avisos de greve terem sido desconvocados.

«Consideramos que sem a assinatura do acordo coletivo não é possível começar um novo campeonato e, por isso, estamos convencidos de que a Série A (na qual estão representados todos os clubes) se manterá fiel aos compromissos assumidos subscrevendo o acordo, já assinado pela associação de futebolistas, a 30 de maio de 2011», referem os futebolistas, na missiva divulgada após o arranque oficial da época, no sábado, com a disputa da supertaça italiana.

Os “capitães” consideram «absurdo» que a «Itália seja hoje o único país, futebolisticamente desenvolvido, em que não existem normas contratuais precisas e em vigor para todos os seus federados.»

O conflito entre os jogadores e as direções dos clubes teve início no verão de 2010, quando o antigo presidente da associação de futebolistas italiano, Sérgio Campana, advertiu que o acordo coletivo tinha expirado.

Desde então, as negociações decorreram durante vários meses e os futebolistas convocaram duas greves, uma para o final de setembro e outra para o início de dezembro, que nunca chegaram a cumprir perante as promessas de acordo por parte dos clubes.

Um dos pontos da discórdia residia na permissão dada às direções dos clubes decidirem unilateralmente que um jogador treine à parte do restante plantel. Para resolver a questão, a federação italiana comprometeu-se que, depois de assinado, elaborar um protocolo que regule esta situação, satisfazendo os clubes e evite as “discriminações” contestadas pelos futebolistas.

O presidente da Liga italiana, Maurizio Beretta, já disse que serão dadas todas as condições para que seja assinado o acordo antes do início do campeonato. No entanto, este assunto surge apenas na ordem do dia da reunião prevista para 01 de setembro e não na do encontro extraordinário que os clubes convocaram para 19 de agosto.