O futebolista e capitão do Brescia, Daniele Gastaldello, disse hoje que todo o plantel se opõe a um recomeço da ‘Serie A’ italiana de futebol, devido à pandemia do novo coronavírus.

“Não nos sentimos seguros. Estão a pedir-nos para iniciarmos os treinos e regressarmos imediatamente aos relvados. Estão a colocar em risco a segurança dos jogadores”, considerou o jogador, em declarações ao jornal La Repubblica.

O defesa, de 36 anos, disse falar em seu nome e dos companheiros de equipa no Brescia, considerando que não vale a pena um regresso, se o preço a pagar pode vir a ser um jogador doente.

O capitão do Brescia, 20.º e último classificado na Liga italiana, expressou a oposição ao recomeço do campeonato quando a maioria dos clubes estão a retomar os treinos, numa base individual, mas o seu clube ainda não o fez.

Bréscia é uma das áreas mais afetadas pelo novo coronavírus em Itália e Gastaldello disse nunca ter sido testado para o novo coronavírus.

“Saberei se o tivemos [ao vírus], assim que nos testarem antes do início dos treinos”, acrescentou.

O presidente do clube, Massimo Cellino, também tem sido um forte opositor ao regresso do campeonato, garantindo que não é pelo facto de o Brescia estar em último na classificação e a tentar evitar uma descida à ‘Serie B’.

O governo italiano não aprovou ainda o regresso da Liga, liderada pela campeã Juventus e que conta com os portugueses Cristiano Ronaldo (Juventus), Mário Rui (Nápoles), Rafael Leão (AC Milan), Miguel Veloso (Hellas Verona) ou Bruno Alves (Parma).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 260 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A Itália é o terceiro país do mundo e o segundo europeu mais afetado pela pandemia, com 29.684 mortos em mais de 214 mil casos de pessoas que foram infetadas, atrás de Estados Unidos (73.095 mortos, e mais de 1,2 milhões de casos) e Reino Unido (30.076 mortos, mais de 201 mil casos).