A nova temporada em Itália irá começar da mesma forma que a anterior: com a Juventus a defender mais um título – procura agora o sétimo ‘scudetto’ consecutivo. A história recente do futebol italiano tem sido marcada pela hegemonia da ‘Velha Senhora’, mas a pressão dos adversários promete ser bem mais intensa neste defeso. Milan, Inter e Roma têm apostado forte e feio em contratações, no primeiro caso por valores exorbitantes, a fim de fazer concorrência ao reinado do emblema de Turim. Mas já lá vamos.

Como terminou a época 2016/2017

A temporada transata teve no hexacampeonato da Juventus o seu grande apogeu. A equipa de Massimiliano Allegri encerrou a Serie A com 91 pontos, mais quatro do que a Roma. A fechar o pódio ficou o Nápoles (86). Em sentido inverso, as equipas de Milão quase nem deram sinal de vida – o Milan ainda poderá disputar a presença na Liga Europa, mas o Inter nem isso -terminando, respetivamente, na sexta e na sétima posição.

Um lugar mais abaixo ficou a Fiorentina, de Paulo Sousa, que acabou mesmo por deixar o comando técnico da equipa ‘viola’ depois de uma campanha aquém das expectativas na Liga Europa. De resto, destaque ainda para as subidas do SPAL, Hellas Verona e Benevento; desceram o Empoli, o Palermo e o Pescara.

Saídas polémicas na hexacampeã

Sem surpresas, a Juventus parte para esta nova época como principal candidata ao título, com Massimiliano Allegri no comando técnico pelo quarto ano consecutivo, ele que renovou contrato no passado mês de junho. Mais do que as entradas, no que toca ao emblema de Turim acabam por chamar mais à atenção as saídas.

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Começando por Leonardo Bonucci, titular absoluto e ídolo da Juve, o central surpreendeu ao rumar ao rival Milan, a troco de 40 milhões de euros. Um regresso a uma cidade que bem conhece, uma vez que representou o Inter entre 2005 e 2007. Para trás fica uma relação algo conturbada com Allegri, que chegou a deixar o jogador de fora do encontro com o FC Porto para a Champions. Dani Alves, por sua vez, chegou a acordo com a hexacampeã para rescindir contrato, apenas um ano depois de ter chegado, proveniente do Barcelona. Está agora no PSG.

Em troca, a Velha Senhora recebeu Douglas Costa – empréstimo do Bayern Munique, mediante o pagamento de uma taxa de seis milhões de euros – Rodrigo Bentancur – ex-Boca Juniors – e ainda Szczesny, conhecedor do futebol italiano (esteve duas épocas na Roma por empréstimo do Arsenal) para concorrer com Buffon na baliza.

Novos ricos com muitos milhões para gastar

Longe dos tempos áureos, o Milan chega a esta pré-época como principal ameaça à hegemonia da Juventus. Volvidos apenas três meses da compra do clube, a administração do chinês Yonghong Li está a operar uma autêntica revolução nos ‘rossoneri’, a fim de devolver a equipa aos títulos – a última vez que conquistou a Serie A foi em 2011.

André Silva já veste a camisola do Milan
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Até ao momento, o Milan contratou um total de dez jogadores neste defeso, tendo investido 187,5 milhões de euros. São eles Bonucci (40 ME), André Silva (38 ME), Andrea Conti (25 ME), Çalhanoglu (22 ME), Musacchio (18 ME), Rodríguez (18 ME), Biglia (17 ME) Kessi (8 ME, empréstimo com compra obrigatória), A. Donnarumma (1,5 ME) e Borini (empréstimo).

Os ‘rossoneri’, no entanto, ainda deverão ultrapassar a barreira dos 200 milhões de euros. O interesse em Renato Sanches foi confirmado pelo Bayern Munique, mas os valores do negócio ainda não são do agrado bávaros. Por outro lado, André Silva deverá receber um parceiro de luxo no ataque.

No Inter, o novo treinador Luciano Spaletti começou logo por admitir a existência de um lote de jogadores com os quais não conta para a época que se avizinha. Entre os alvos poderá estar João Mário, jogador que deixou o Sporting no ano passado, a troco de 40 milhões de euros.

No que toca a reforços, os ‘nerazzurri’ asseguraram, até ao momento, Milan Skriniar, que representou na última época a Sampdoria, e Borja Valero, médio que militava na Fiorentina. O Inter parte para esta época com o objetivo de conseguir algo bastante melhor do que o sétimo lugar na última temporada, posição que nem sequer dá acesso às provas europeias.

Na Roma, que encerrou 2016/2017 na vice-liderança da Serie A, as principais ‘mexidas’ ocorreram fora dos relvados. Por um lado, perdeu a sua maior estrela – Totti pendurou as chuteiras depois de uma longa carreira no emblema romano, do qual é agora diretor desportivo. Ganhou ainda um novo treinador – Di Francesco entrou para o lugar de Luciano Spaletti – e Monchi, conhecido como o ‘mágico das transferências’.

Até ao momento, o destaque vai para os milhões encaixados com as vendas de jogadores como Salah (Liverpool, 42 ME), Rudiger (Chelsea, 35 ME) e Leandro Paredes (Zenit, 23 ME). De referir ainda a saída do português Mário Rui para o Nápoles. Entraram, por sua vez, Maxime Gonalons, Héctor Moreno, Rick Kardsdorp e Lorenzo Pellegrini. Mais até do que no campeonato, será interessante perceber o que esta Roma poderá fazer na Liga dos Campeões.

O Nápoles, equipa que tem vindo a subir de rendimento nos últimos tempos, terá ainda uma palavra a dizer. O clube, que terminou a época passada na terceira posição, ainda não operou grandes mexidas neste mercado, mas há que destacar a chegada de Mário Rui, por empréstimo da Roma – napolitanos tiveram de pagar uma taxa de quase quatro milhões de euros. Outra equipa que gera bastante expectativa é o Atalanta, uma das grandes surpresas de 2016/2017 na qual conseguiu um excelente quarto lugar e, por conseguinte, a presença na Liga Europa.

O arranque da nova temporada está marcado para o fim de semana de 20 e 21 de agosto.