O antigo futebolista do FC Porto António Sousa revelou que o técnico croata Tomislav Ivic teve mérito na conquista da Supertaça Europeia, conquistada há 25 anos aos holandeses do Ajax.
Completam-se, no domingo, 25 anos sobre a conquista da Supertaça Europeia pelo FC Porto, “selada” nas Antas com um golo de António Sousa, depois de Rui Barros ter anotado o único golo no triunfo na primeira mão em casa dos holandeses.
Com um potente remate, à entrada da área, após um mau alívio dos defesas holandeses, Sousa concluiu o trabalho que Rui Barros havia começado, cerca de mês e meio antes (na primeira mão, a 24 de novembro de 1987): «Lembro-me como se fosse hoje. São momentos que não esquecemos nunca, por muitos anos que passem. Foi um golo importante e uma grande conquista».
Naquele dia – 13 de janeiro de 1988 -, e com a segunda vitória por 1-0 face à equipa orientada por Johan Cruyff, o FC Porto conquistou o terceiro título internacional no espaço de oito meses (já era campeão europeu e intercontinental), mas este último «teve muito mérito de Ivic».
«Era muito carismático e o tipo de treinador que explorava tudo o que tinha ao seu dispor», afirmou António Sousa à agência Lusa, recordando a época em que o croata passou pelas Antas: «Mudou ligeiramente a nossa forma de jogar. Com ele, jogávamos mais em contra-ataque, com o Rui Barros e o Madjer, sobretudo».
Com a memória “reforçada” pela experiência como técnico profissional, Sousa recordou: «Nos dois jogos contra o Ajax montou uma estratégia mais defensiva, povoando o meio-campo e tirando espaço ao adversário».
«O Ajax era fortíssimo, das melhores equipas europeias. A qualidade do seu jogo era diferente de todas as outras. Era uma equipa que jogava, por exemplo, como joga hoje o Barcelona», sublinhou.
Para o antigo campeão portista, «Ivic leu bem o jogo do adversário e soube fazer ver a melhor estratégia para vencer».
«Queríamos ganhar. Tínhamos plantel para, mesmo face às dificuldades que nos esperavam, conseguir mais uma vitória histórica, para nós e para o futebol português», afirmou.
O antigo campeão portista recorda que o jogo foi «encarado com otimismo, mas também com um grande grau de seriedade, apesar do espírito em alta pela excelente carreira».
Tempos memoráveis, repetiu António Sousa: «Uma época fantástica de um grupo excelente, no qual se respirava muita união, amizade e um companheirismo enorme. Éramos como uma família».
«Esse espírito imposto e criado no FC Porto tem conseguido títulos importantes para o historial do clube, que tem tido uma ascensão constante, baseada em grandes vitórias», afirmou o antigo médio ofensivo.
Segundo Sousa, o seu antigo clube «é uma instituição onde se sente essa mística e onde, felizmente para quem lá passa, as pessoas se sentem em casa».
«Irei recordar isso na vida inteira», concluiu.