Neno, na baliza do Vitória de Guimarães, e Inácio, na linha defensiva do FC Porto, foram dois dos protagonistas da Supertaça de futebol de 1987/88, que terminou com a vitória «merecida» dos minhotos, disseram ambos à Agência Lusa.

Neno já tinha estado em Guimarães em 1984/85, proveniente do Barreirense, mas ingressou no Benfica logo na época seguinte e só regressou em 1988/89, não podendo ter melhor estreia, ao ter ajudado a conquistar o único título do histórico clube vimaranense.

À agência Lusa, o antigo internacional português recordou as dificuldades de jogar no Estádio das Antas, «ainda para mais perante um FC Porto fortíssimo, que, apenas um ano antes, tinha ganho a Taça dos Campeões Europeus, a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental», notou.

«Talvez tenhamos entrado muito confiantes», recordou Augusto Inácio, a propósito desse plantel «muito ganhador, para quem a vitória seria normal e a derrota surpreendente, como acabou por ser».

Para o antigo campeão nacional e europeu, «o Vitória jogou muito bem nas duas mãos e contrariou a força» do FC Porto, acabando «por merecer o título conquistado».

Voltando a Neno, o antigo internacional português admitiu ter contribuído para o único título dos vimaranenses: «Até defendi uma grande penalidade ao André».

E lembrou que a exibição no Estádio das Antas levou a imprensa da altura a apelidá-la de «vingança pela atuação menos feliz na baliza do Benfica, que terá ajudado ao triunfo portista, dois anos antes, na mesma competição».

«Diria que entrámos com muita confiança, contando com a disputa em dois jogos», contrapõe Inácio: «Mas isso não pode ser desculpa, pois o Vitória foi mais forte nos dois jogos».

O treinador, porém, acredita que a força, no domingo, será maior do lado portista: «É só um jogo, em campo neutro, e o FC Porto tem feito boas exibições na pré-época, mantém a mesma estrutura e os mecanismos do ano passado. Já o Vitória tem revelado muita cautela e pouca criatividade».

Por sua vez, o atual treinador de guarda-redes do Vitória de Guimarães antevê as mesmas complicações, mas entende que, sendo apenas um jogo, as possibilidades do clube repetir a façanha aumentam: «Temos que nos agarrar com todas as forças às hipóteses que tivermos».