O Benfica deu início à nova temporada exatamente da mesma forma como terminou a época anterior: com um troféu. Frente a um Sporting de Braga demasiado perdulário, os 'encarnados' conseguiram um resultado dilatado graças a três belas finalizações.

Não se podia ter pedido um arranque melhor à equipa de Rui Vitória no Municipal de Aveiro. Os primeiros 20 minutos foram de domínio 'encarnado' e foi nesse período que surgiu o primeiro golo da partida, com Cervi a demonstrar porque tem sido apontado como digno sucessor de Nico Gaitán. O movimento do pequeno argentino até à finalização chega de facto a recordar o agora jogador do Atlético Madrid, tal como vários outros momentos ao longo da partida.

Depois desse arranque fulgurante, porém, o Benfica perdeu gás e ficaram à vista os detalhes que Rui Vitória tem por corrigir. A defesa, desde logo, continua longe do ideal, com Luisão a ser a face mais visível disso mesmo. O 'capitão' abrandou demasiado o jogo nos momentos de transição ofensiva e também esteve longe dos seus melhores tempos a nível defensivo. O 'seu' lugar será quase certamente de Jardel, logo que tal seja possível. Valeu Lindelof ao lado do brasileiro, mas mesmo o sueco comprometeu perto do final do jogo.

Olhando mais à frente no terreno, porém, o Benfica aparenta ter processos já bem entranhados pelos jogadores. André Horta chegou com a árdua tarefa de suceder a Renato Sanches, mas voltou a impressionar no transporte e passe. Falta-lhe a vertente física do novo menino do Bayern, mas Horta terá oportunidade de compensar isso mesmo de outras formas.

De resto, Pizzi foi uma das grandes figuras em Aveiro e deixou a sua marca com uma bela assistência para Jonas fazer o 2-0 e uma fantástica finalização para o 3-0 final. Já Cervi para estar a assumir da melhor forma a tarefa de fazer esquecer Gaitán: jogou, fez jogar e brilhou no tento inicial. Quanto à famosa dupla Jonas/Mitroglou no ataque, foi o brasileiro quem mais impressionou, com o grego a demonstrar menos acerto.

Mas se houve inegável mérito da equipa benfiquista no triunfo, o resultado dilatado deveu-se também em grande parte ao desacerto dos bracarenses no ataque. A equipa de José Peseiro foi corajosa e criou diversas oportunidades claras, mas foi mansa na finalização. Stojiljkovic nunca conseguiu realmente ameaçar Júlio César e Rafa Silva acabou por ser o principal pecador no que toca ao desperdício dos minhotos.

O médio ofensivo que tem sido protagonista de uma das grandes novelas deste mercado de transferências - FC Porto e Benfica continuam no seu encalce - falhou de forma clamorosa por volta do minuto 70, depois de ter passado por Júlio César. O internacional português foi tão importante como sempre no processo ofensivo dos minhotos, mas o desacerto no momento do remate foi total e não se verificou apenas nesse momento.

Face ao desperdício da equipa de José Peseiro e aos momentos inspirados de alguns dos seus jogadores, o Benfica versão 2016/17 arrancou a época da melhor forma possível e somou a sua sexta Supertaça. No total, o clube da Luz soma já 79 títulos na história da sua equipa de futebol.