O Sporting venceu esta noite o Benfica por 1-0 no Estádio do Algarve e conquistou a Supertaça Cândido de Oliveira. Jorge Jesus carimbou assim da melhor forma a sua estreia nos leões e somou o primeiro título pelo clube de Alvalade. Já Rui Vitória não fez jus ao nome e continua sem ganhar nesta época ao comando do Benfica.

De um lado desfez-se uma das dúvidas da pré-época: Bruno de Carvalho sentou-se mesmo no banco de suplentes leonino liderado por Jorge Jesus, contando ainda com a companhia de Octávio Machado. Do outro lado da contenda, além da estreia oficial de Rui Vitória ao comando dos bicampeões nacionais, muitas mudanças surpreendentes no onze, com Nélson Semedo, Lisandro, Sílvio, Fejsa e Ola John a titulares.

Dentro do relvado, foi o Sporting quem entrou melhor no jogo. Saiu a jogar com o apito inicial de Jorge Sousa e assim continuou durante dez minutos. Uma pressão intensa e uma maior agressividade e intensidade submeteram o Benfica ao seu meio-campo, causando o desnorte na defensiva encarnada. De Rui Vitória e deste novo Benfica Jorge Jesus havia dito que nada mudara; porém, esta noite muita coisa apareceu diferente no Estádio do Algarve entre os bicampeões, longe do dinamismo de outrora.

Só aos poucos o Benfica se conseguiu soltar, mais por causa de um certo abrandamento sportinguista do que por capacidade encarnada. Com um futebol algo desconexo e sem ligação entre sectores, o Benfica raramente conseguia chegar à área de Rui Patrício. À exceção de Jonas, que por duas vezes cabeceou com algum perigo (14’ e 21’), o ataque não funcionava.

Quanto ao Sporting, com os reforços Naldo, João Pereira, Bryan Ruiz e Téo Gutierrez de início, a inspiração era nitidamente superior. De tal modo que os adeptos leoninos chegaram a gritar golo aos 25’, mas o árbitro auxiliar de Jorge Sousa assinalou erradamente fora de jogo ao avançado colombiano, uma vez que Ola John colocava Téo em posição regular. Um lance que deu que falar ao intervalo, quando Slimani e Jorge Jesus fizeram questão de confrontar a equipa de arbitragem. E assim, o 0-0 aguentou-se até ao intervalo.

Na segunda parte, o filme do jogo continuou com o mesmo argumento: boa entrada do Sporting e um Benfica apagado e sem chama.

Os primeiros minutos foram então marcados por uma série de lances perigosos junto da baliza de Júlio César, que seria culminada com o golo do Sporting. Quando estavam decorridos 53 minutos, Carrillo ganha espaço no meio-campo do Benfica e atira de fora da área, com a bola a ser providencialmente desviada por Téo Gutierrez. Estava feito o 1-0, para gáudio de Jorge Jesus, Bruno de Carvalho e dos milhares de adeptos leoninos no estádio. Ao primeiro jogo oficial pelos leões, o avançado colombiano garantiu logo a conquista de um título.

Curiosamente, foi preciso o Sporting marcar para o Benfica despertar. Rui Vitória, que esteve o jogo todo de pé no banco, lançou Pizzi no lugar de Talisca e os encarnados de imediato surgiram mais intensos. Contudo, a essa maior intensidade faltava aliar a inspiração, o que nunca surgiu verdadeiramente entre os bicampeões nacionais. O ponto mais alto desta reação surgiu aos 63, quando Gaitán caiu na área leonina após um contacto de Carrillo, mas o árbitro Jorge Sousa não atendeu aos protestos encarnados, deixando assim uma grande penalidade por marcar.

O Sporting assumiu uma postura mais calculista perante a reacção do Benfica e não deixou de causar calafrios a Júlio César neste período, fazendo ainda entrar Carlos Mané e Ruben Semedo. Rui Vitória ainda não tinha esgotado os ‘trunfos’ e lançou depois o grego Mitroglou e ainda o jovem Gonçalo Guedes para os lugares de Samaris e Ola John. Ainda assim, a única real oportunidade surgiu aos 78’, quando Jonas ainda atirou para golo, mas o lance já havia sido invalidado por falta ofensiva na área leonina. A partir daí, os ‘fogachos’ encarnados não causaram mais mossa.

O Sporting venceu assim com justiça a Supertaça Cândido de Oliveira e entra na nova época como começou a última. A ganhar.