A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) disse hoje, em comunicado, que “não compreende e não concorda” com a dispensa temporária de Fábio Veríssimo, por decisão do árbitro e do Conselho de Arbitragem federativo.
“No que diz respeito à decisão tomada pelo próprio, em conjunto com o Conselho de Arbitragem [da Federação Portuguesa de Futebol] de solicitação de dispensa temporária, a APAF, apesar de poder não compreender e não concordar, não pretende interferir na gestão efetuada ao caso”, indica a nota.
O comunicado assinado pelo presidente da APAF, Luciano Gonçalves, a associação manifestou “apoio” a Fábio Veríssimo, que desempenhou as funções de videoárbitro (VAR) no jogo entre o Benfica e o FC Porto (vitória dos ‘dragões’ por 3-1), na meia-final da Taça da Liga, em Braga.
“Não podemos é, de forma alguma, aceitar a forma como o Fábio [Veríssimo] foi quase ‘crucificado’ por parte de pessoas com responsabilidade no futebol nacional e que não imaginam a pressão de ter de decidir em frações de segundo, mesmo na função de VAR”, assinalou.
Luciano Gonçalves deixou ainda o “desafio” aos vários agentes do futebol português para uma “reflexão”, com vista a encontrar soluções para o problema das críticas em torno das arbitragens.
“Nunca deixaremos que a arbitragem seja o bode expiatório para justificar o insucesso de outros e ceda a comentários ou pressões de dirigentes”, acrescentou.
Na nota, a APAF “repudia e condena o conjunto de declarações, apreciações e verdadeiras ofensas que têm sido levianamente proferidas pelos mais variados agentes desportivos ao longo dos últimos dias”.
A associação criticou o ataque ao “elo mais fraco do jogo” num momento que devia ser de festa, posicionando-se “ao lado dos seus” e defendendo o erro dos árbitros, que “tem um custo bastante diferente” para o próprio, pois “pode originar penalizações” ou “definir o seu futuro a nível de carreira ou financeiro”.
Fábio Veríssimo vai cumprir um período indeterminado de dispensa, por considerar que a sua forma não é ideal, informou hoje o Conselho de Arbitragem (CA) da federação, condenando as pressões sobre os juízes.
"O CA recebeu e aceitou um pedido de dispensa do árbitro internacional Fábio Veríssimo. Árbitro de primeira categoria, com inúmeras provas dadas do seu valor, Fábio Veríssimo trabalhará de forma específica sob orientação do CA”, lê-se no comunicado, divulgado hoje.
O árbitro, natural de Peniche, foi criticado pelo presidente do Benfica, após o clássico.
“Quando assistimos alguém com câmara de televisão à frente, é arbitro e não consegue distinguir em lance de TV se é fora de jogo ou não… Se não consegue distinguir, no lance do primeiro golo do FC Porto, se é falta ou não, este homem não pode arbitrar mais”, referiu Luís Filipe Vieira.
Comentários