O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, sublinhou esta sexta-feira que "mesmo não jogando bem, o importante é ganhar" ao Sporting amanhã na final da Taça da Liga.

Que tipo de jogo espera: "Ninguém tem medo de errar. Vamos à procura da vitória, a estratégia é essa. Nós não podemos controlar o que o adversário está a fazer. Estamos à espera dessa postura que o Sporting possa ter contra nós. Numa final mesmo não jogando tão bem o importante é ganhar e nós estamos preparados para aquilo que vier. Estamos preocupados com aquilo que a nossa equipa tem de fazer. Já dizia um treinador: para dançarmos bem, temos que ter um par que corresponde, não podemos ter um pé de chumbo."

Estratégia mais defensiva do Sporting: "Não considero antijogo quando o adversário adota uma postura mais baixa em campo, mas sim estratégia. Considero anti-jogo a demora na reposição de bola, um jogador ficar no chão. [No jogo do campeonato] O Sporting teve um bloco mais baixo do que o habitual e nós não fomos tão dinâmicos. Tínhamos que explorar mais a largura do jogo para depois atacar o espaço interior. Temos de ter a maturidade para, durante o jogo, conseguir mudar o que antes pensávamos que ia ser diferente. Mas isso faz parte do que são os nossos princípios. Se fosse andebol, nós parávamos o jogo e corrigíamos. Isso faz parte daquilo que é o jogo, isso é que é apaixonante, perceber as dificuldades que um adversário nos pode colocar no jogo, ir à procura de contornar essas mesmas dificuldades para conseguirmos os nossos objetivos. É um desafio muito aliciante para nós amanhã. Tem todos os ingredientes para ser um bom espetáculo amanhã, num estádio muito bonito e penso que poderá estar casa cheia, com duas boas equipas e o mais importante é que no fim se fale do futebol jogado e dessas nuances que são tão apaixonantes para os treinadores e deveriam ser para quem comenta. Não comentar o bico da bota mais à frente ou mais atrás ou o jogador que pegou na camisola por uma unha."

Conquistar o troféu que falta ao FC Porto: "Eu vivo aquilo que é o dia a dia. Há esse conforto emocional, é verdade que estamos nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, estamos nas meias-finais da Taça de Portugal e na frente do campeonato, mas isto é sempre tão rápido. O futebol é um recomeçar constante. Se amanhã acontecer algo de negativo à equipa, já se coloca em dúvida uma ou outra situação. Eu não me iludo pelo momento porque o momento ou o futuro próximo depende de hoje no treino e amanhã no jogo. Nós vivemos muito jogo a jogo e é o meu sentimento. Eu não vivo tanto uma vitória porque depois há o próximo e temos que o preparar. Temos noção que temos um título em jogo, queremos ganhá-lo, até porque é um título novo para o nosso museu  e temos todo o gosto em contribuir. É esse o nosso foco. Mas essa almofada de sinais positivos é importante."

Danilo, Maxi e Otávio: Fizeram treino integrado condicionado e estão aptos. Vamos ver. Têm só um treino praticamente. Ainda é curto para aquilo que eu quero amanhã, mas sinto-me confortável porque são jogadores importantes que recuperaram das lesões. É uma questão de trabalhar para os metermos bem a nível físico. Vamos ver, mas ainda penso que é curto para este jogo. O Danilo é diferente no tempo de paragem. Se não tiver dores ou as dores diminuírem poderá entrar nas contas para o jogo."

Evitar chegar aos penáltis: "Esse é o objetivo, ganhar nos 90 minutos. Mas se tiver de ser... Aliás, posso confidenciar-vos que cheguei atrasado porque estivemos a trabalhar penáltis. Nós trabalhamos isso! Eu não estive, estive a observar. (risos) Acho que no ano passado (derrota frente ao Sporting na final four da Taça da Liga) fomos melhores. Veio-me à cabeça... Foi um jogo bem disputado e sem golos, se calhar torna-se chato para as pessoas. Mas os jogos do Sporting no época passada foram fantásticos, de qualidade em termos táticos acima da média, com Jorge Jesus. A forma como FC Porto e Sporting jogavam era uma luta dentro do campo, em termos táticos.  Acho que por vezes não são realçados esses aspetos, mas é importante. Compreendo que para quem veja um jogo mais bonito seja um jogo partido, com ocasiões de um lado e de outro. Mas nós, treinadores, vemos outras coisas dentro do jogo que não os golos. Aliás, eu fiquei furioso por sofrer aquele golo no ano passado contra o Benfica."