Dificilmente haveria um desfecho muito diferente daquele que houve na quarta-feira. Esta Académica continua a estar muito longe do seu potencial e, com o plantel assolado por lesões, chegava ao Estádio do Dragão com muito poucas hipóteses de triunfar.
Paulo Sérgio terá dado aos seus pupilos as indicações necessárias num jogo como este: segurar o nulo o máximo de tempo possível e tentar aproveitar um contra-ataque ou um lance de bola parada. Era a estratégia natural e até podia ter dado algum resultado, não fosse o erro do defesa Aníbal Capela logo aos cinco minutos. Uma tentativa de drible em zona proibida acabou nos pés de Jackson, que não perdoou o atrevimento do adversário. Se é verdade que o mais provável era que o golo portista chegasse mais cedo ou mais tarde, certo é que o deslize do jogador da Académica transformou uma missão difícil numa missão hercúlea.
Dado o primeiro passo, os "dragões" continuaram a pressionar, até porque o adversário, mesmo em desvantagem, mantinha a estratégia defensiva. O segundo golo podia muito bem ter chegado antes do intervalo, fosse pelas ocasiões de Cristian Tello, que foi perigoso mas perdulário ao longo de todo o jogo, fosse pela grande penalidade que Tiago Martins não assinalou, aparentemente de forma errada, mostrando o cartão amarelo a Jackson por simulação.
Com o segundo tempo, no entanto, vieram os golos esperados, com particular destaque para dois momentos. Primeiro foi Jackson Martínez, agora o melhor marcador da história do Estádio do Dragão, a finalizar com um toque mágico. Pelo meio houve o jovem academista M'bala Nzola, que se estreou a marcar com a camisola da Briosa, ao apontar o golo de honra dos visitantes, mas a jogada da partida seria a de Gonçalo Paciência. O jovem avançado, filho de craque com larga história azul-e-branca, pegou na bola na direita, puxou-a para a esquerda com um toque de génio e atirou para o fundo das redes de Cristiano, deixando a defesa adversária atarantada e o pai, certamente, orgulhoso. Se continuar assim, o lugar no plantel principal está assegurado.
A marca de Gonçalo ficaria ainda impressa no último golo da noite, já que foi ele quem conquistou a grande penalidade que Evandro converteu. Tudo simples para os "dragões", que assim consolidaram o princípio de goleada adequado àquilo que se passou no relvado do Estádio do Dragão.
No final da partida, o treinador dos visitantes, Paulo Sérgio, lamentou o golo sofrido aos cinco minutos, que acabou por deitar por terra as aspirações dos visitantes. O mesmo fez o responsável pelo golo em questão, Aníbal Capela.
Já do lado da equipa vencedora, Gonçalo Paciência, o novo menino de ouro do Dragão, explicou que dedicou o golo ao seu pai, Domingos, e salientou a importância de continuar a trabalhar para agarrar as oportunidades concedidas por Lopetegui. O técnico espanhol, por sua vez, garantiu que os "dragões" estão na Taça da Liga para levantar o troféu, não para "fazer turismo".
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