Não há consenso sobre a não utilização do sistema de vídeo-árbitro na Taça da Liga. José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) disse esta segunda-feira à Lusa que a tecnologia de videoárbitro pode ser utilizada na Taça da Liga, mas que tal “depende apenas do investimento da Liga”.
“Nesta fase da Taça da Liga, desde que todos os jogos sejam televisionados, o Conselho de Arbitragem não deteta qualquer entrave à nomeação de vídeoárbitros. Essa opção depende apenas do investimento da Liga”, explicou José Fontelas Gomes.
Questionado pela Lusa sobre a ausência da tecnologia VAR na competição, o dirigente explicou que o único estádio que não tem ligação por fibra à Cidade do Futebol, onde está instalado o dispositivo VAR, é o do Varzim, “mas um sistema móvel poderá assegurar sem dificuldades as condições técnicas necessárias”.
Segundo o CA, o VAR pode ser utilizado na Taça da Liga “a qualquer momento, desde que a Liga o solicite”, enquanto que, na Taça de Portugal, Fontelas Gomes lembra apenas que em 2017/18 este foi utilizado a partir das meias-finais.
Ora essa não é a visã da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). João Martins, diretor executivo do organismo respondeu à Fontelas Gomes, sublinhando que "é uma visão redutora" olhar para a questão financeira como determinante para a implementação da tecnologia de videoárbitro na Taça da Liga.
"Nunca a questão de uso do videoárbitro (VAR) esteve dependente de uma vontade da Liga e de uma ponderação financeira por parte da Liga. A política de uso do VAR é definida pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pelo Conselho de Arbitragem da FPF, e a Liga não faz ingerência na definição desta política", explicou, à Lusa, o dirigente.
Segundo a Liga, "a implementação do VAR não é de um dia para o outro", e com a participação de equipas da II Liga na terceira fase "não se pode permitir a existência de VAR, ou um compromisso".
Fontelas Gomes tinha dito que o VAR podia ser utilizado na Taça da Liga “a qualquer momento, desde que a Liga o solicite”, enquanto que, na Taça de Portugal, o presidente do CA da FPF lembra apenas que em 2017/18 este foi utilizado a partir das meias-finais.
A visão de João Martins é outra.
"No futuro, talvez a terceira fase possa ter o VAR, mas neste momento não foi colocada a questão, nem a Liga pode ter a ousadia de pedir a implementação e perguntar quanto custa. Não foi assim que funcionou na I Liga, foi uma decisão da FPF em querer assumir estrategicamente a implementação do videoárbitro na competição, e que nós apoiamos", reforçou.
Para João Martins, a Liga "compreende" que a FPF suporta os custos associados à tecnologia na sua implementação na I Liga, na Taça de Portugal a partir das meias-finais, e na 'final four' da Taça da Liga, e que a federação gere "o funcionamento de arbitragem e de disciplina, como deve ser"
O dirigente quis ainda "desdramatizar um pouco" a questão, num momento em que o VAR, "com todas as críticas, recebe agora uma demonstração de que tem dado imagem positiva", mas lembrou que a Liga dos Campeões "não tem a tecnologia, não por falta de dinheiro, mas por estratégia e definição de como e quando deve ser instalada".
"É redutor estar a dizer que é uma questão de preço, porque não é, tem a ver com estratégia. (...) Se calhar, têm de ambas de se sentar à mesa, definir a estratégia e a política sobre um tema em conjunto", rematou.
À agência Lusa, o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF afirmou que a introdução do videoárbitro na terceira fase da Taça da Liga, algo que "depende apenas do investimento da Liga", depois de ter sido usada em 2017/18 a partir das meias-finais, em formato 'final four', em Braga.
Segundo o CA, o VAR pode ser utilizado na Taça da Liga "a qualquer momento, desde que a Liga o solicite", enquanto na Taça de Portugal Fontelas Gomes lembrou que em 2017/18 este foi utilizado a partir das meias-finais.
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