Em mais uma história de ‘David’ contra ‘Golias’ e em que a Taça de Portugal é pródiga - e ainda bem – o pequeno voltou a levar a melhor ao grande.

Sabia-se à partida que o ‘Golias’ estava fragilizado. O Sporting tinha vivido uma das semanas mais 'negras' da sua história, depois do ataque a Alcochete. Com apenas um treino em conjunto realizado durante a preparação para a final, restava saber qual era o estado emocional e físico com que os jogadores se haveriam de apresentar no Jamor.

Ainda assim, apesar de algumas ‘pedras no sapato’ que estão bem frescas, o leão era o gigante e o favorito na sua 28ª presença na final da Taça de Portugal.

Com traumas ou sem traumas foi um leão que foi ao Jamor - verdade seja dita, com vontade de vencer.

Logo no primeiro quarto de hora há dois momentos que podem mudar o curso da história. Gelson apareceu na cara de Quim, aos 12´e 14´minutos, mas não teve arte nem engenho para desfeitear o guardião de 42 anos.

Equilibrado defensivamente, o Aves também demonstrou uma eficácia mortífera que feriu e tirou poder de recuperação ao leão.

Com 2-0 no marcador, quando o Sporting tentou responder, ou esbarrava em Quim ou demonstrava um desacerto atroz na finalização - o que dizer do falhanço de Bas Dost aos 79´, que com tudo para fazer o golo, atirou à barra.

Com a avalanche verde e branca, o Aves encostou lá atrás. O Sporting ainda conseguiu reduzir, num raro momento de desconcentração avense, que Montero aproveitou.

Nos minutos finais, a equipa da pequena Vila da Aves revelou frieza, guardando a vantagem até final, conquistando a primeira Taça de Portugal da sua história.

Foi com sabor amargo, que os jogadores do Sporting, de lágrimas no rosto, abandonaram o relvado, entre aplausos, muitos, e alguns apupos. Paz é o que se pede para os lados de Alvalade.

Momento

É um momento que diz tudo sobre o estado emocional do dianteiro, que viveu uma semana particularmente delicada. Ao minuto 79, Bas Dost, com tudo para fazer o golo, acabou por fazer o mais difícil e rematar à barra.

A figura

Alexandre Guedes foi o herói improvável em mais uma tarde de Taça no Jamor.  A edição deste ano da Taça, terá para todo sempre gravado nos seus anais, o nome do dianteiro de 24 anos. Visto como uma grande promessa do futebol dos leões, depois de meia dúzia de anos ligados ao Sporting, acabou dispensado em 13/14. Acabou no Aves e o resto é história. Bisou aos 16 e aos 72 minutos.

Melhores

Quim

O guardião de 42 anos, com duas defesas nos primeiros minutos, acabou por segurar o 0-0, numa altura muito importante do jogo. Foi decisivo e demonstrou que mantém as qualidades praticamente intactas.

Montero

Lançado no início da segunda parte, deu esperança ao Sporting com um remate pleno de intenção, mas o esforço acabou por ser tardio. Conseguiu ainda desmontar a defensiva avense com algumas jogadas de encher o olho.

Diego Galo

Muito forte nos duelos, o central do Aves foi um dos esteios da defesa na equipa de José Mota.

Nildo Petrolina

Com suas incursões pelo flanco, causou imensos calafrios à defensiva do Sporting. Fez uso da sua velocidade sempre que o Aves saía em transições rápidas para o ataque

Bruno Fernandes e Gelson

Foram dois dos jogadores mais inconformados na equipa de Jorge Jesus. Embora não estivessem particularmente inspirados, não viraram a cara à luta e deram tudo até à última gota de suor.

Reações

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