Na quente noite de 9 de agosto, num Estádio do Algarve completamente ‘à pinha’, o Sporting entrou a ganhar na temporada 2015/16 e bateu o rival Benfica, por 1-0 (golo de Téo Gutierrez), para conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira. Foi o duro e perfeito corolário do golpe de leão que levou Jorge Jesus da Luz para Alvalade nesse verão e adensou ainda mais a aura quase ‘mística’ do treinador de 61 anos.

Foi também a noite que levantou o primeiro ponto de interrogação sobre o valor deste plantel do Benfica e a real capacidade de Rui Vitória para fazer esquecer o agora técnico do arquirrival. Um desafio que ficou demasiado marcado pelo polémico duelo de palavras e pelas provocações do “cérebro” de Jorge Jesus, que então já não vestia de encarnado.

Passaram-se pouco mais de dois meses e os dois emblemas lisboetas voltaram a cruzar-se em campo. Mudou o local, com o jogo a ser disputado no Estádio da Luz; mudou o tempo, com a chuva outonal a substituir o calor de outrora; mudou a prova, com este jogo a contar agora para a Liga; e mudaram até alguns intervenientes dos dois lados da barricada. Contudo, o desfecho não mudou: o Sporting voltou a ganhar e desta feita com números ainda mais expressivos: 3-0.

Jorge Jesus voltava assim a ganhar mais um assalto a Rui Vitória, num combate em que os números começam a revelar ser demasiado desigual. Dois jogos, dois triunfos, quatro golos marcados e nenhum sofrido por parte do Sporting. E nem faltou a superioridade futebolística além das estatísticas, face ao domínio exercido sobre o Benfica.

Com este cenário como ‘pano de fundo’, chegamos ao terceiro duelo no próximo sábado, agendado para o Estádio José Alvalade. A competição, essa, volta a ser diferente, com a Taça de Portugal a assumir o palco. Se os adeptos sportinguistas acreditam fervorosamente na máxima “não há duas sem três”, a massa associativa encarnada espera que, finalmente, “à terceira seja de vez” e se quebre o jejum diante do rival.

Curiosamente, tal sucede numa prova onde Jorge Jesus e Rui Vitória têm uma história conjunta. Ambos contam com uma Taça de Portugal no currículo, com Jesus a vencer pelo Benfica e Vitória a ganhar frente ao Benfica, quando comandava o Vitória de Guimarães. E nesse desafio de 2013 quem estava do outro lado era, precisamente, Jorge Jesus, que acabou o desafio em lágrimas. Pelo caminho ficava então o sonho de uma época perfeita, acabada em desgraça e sem títulos.

Muito mudou desde então, mas não a rivalidade entre Sporting e Benfica, que segue dentro de momentos…