“Não gosto de ser repetitivo, nem de dar grande ênfase a esta vitória. O mais importante é manter o clube na Liga de Honra. Se no futuro o Chaves quer aproximar-se do que fez no passado, tem de manter-se neste escalão. Às vezes, os estados de euforia levam à perda de concentração e isso não queremos”, vincou Manuel Tulipa.

Tulipa, que agora defende que a sua equipa tem vantagem “60-40” na qualificação para a final, dificilmente poderia estrear-se melhor no comando técnico dos flavienses: “A equipa ganhou. Se não tivesse ganho, estaria aqui com alguma felicidade, mas não tão feliz”.

“O que tivemos tempo para fazer, fizemos bem. Apresentámos uma organização defensiva muito compacta, solidária, com linhas muito próximas. Sabíamos onde é que o adversário era forte. Trabalhámos em função disso. Fomos premiados perto do fim do jogo em lance de felicidade”, resumiu.

O treinador disse ainda que tem ao dispor um “plantel com alguma qualidade”, que nos sete jogos que falta disputar no campeonato espera o possam ajudar a conseguir a manutenção: os transmontanos estão no 14.º, com os mesmos pontos do penúltimo.

Tulipa considerou que a expulsão de Samson (80) foi “forçada” e defendeu ainda que o livre do qual resulta o golo anulado (mal) à Naval era a favor da sua equipa: “No geral, o árbitro esteve bem. Parece-me que não houve muitos lances para poder estar mal”.

Ricardo Rocha revelou a sua “alegria enorme” pelo facto de ter marcado “não o golo mais bonito, mas o mais importante da carreira, num dos desafios mais importantes da história do Desportivo de Chaves, numa meia-final da Taça de Portugal”.

“Quero realçar o espírito de grupo, ambição e querer desta equipa, que procurou sempre a vitória, mesmo quando reduzida já a 10 jogadores. O Lameirão disse-me para subir, pois eu ia marcar. E assim foi. Na segunda mão temos de apresentar o mesmo querer, vontade e organização. A Naval também tem de fazer pela vida se quiser passar”, frisou.

O capitão Castanheira disse que esta vitória é “importante e saborosa”, mas advertiu que a eliminatória está “apenas no intervalo” e que agora o importante é “canalizar já as forças para o campeonato”.