Nima Rinji Sherpa, de 18 anos, foi recebido esta segunda-feira por dezenas de pessoas, isto após o jovem alpinista ter batido o recorde de mais jovem a escalar todos os 14 picos montanhosos do mundo com mais de 8.000 metros.

O nepalês alcançou o cume do Shisha Pangma, no Tibete, com 8.027 metros de altura, no passado dia 9 de outubro, completando assim a sua missão de estar nos picos mais altos do mundo.

Na segunda-feira, Rinji Sherpa regressou da China para Catmandu, capital do Nepal onde dezenas de pessoas esperavam para vê-lo.

"Sinto-me muito feliz. Muito obrigado a todos", disse Nima Rinji Sherpa, envolto em lenços budistas tradicionais e grinaldas de flores à saída do aeroporto.

Sherpa abraçou a sua família enquanto lhe eram oferecidos lenços e flores. Mais tarde, acenou para a multidão do teto solar de um carro, enquanto segurava orgulhosamente a bandeira nacional nepalesa

Para além de Rinji Sherpa, a comunidade de alpinismo do Nepal também deu as boas-vindas a vários outros que regressaram após completar a escalada dos 14 picos.

Os 14 "oito mil" estão todos localizados nas cordilheiras do Himalaia e Karakoram, abrangendo o Nepal, Paquistão, Tibete e Índia, e escalá-los a todos é considerado o ponto máximo da carreira de um alpinista.

Estes atravessam "zonas de morte" onde não há oxigénio suficiente no ar para sustentar vida humana durante longos períodos de tempo.

O alpinista italiano Reinhold Messner foi o primeiro a completar o feito em 1986, e apenas cerca de 50 outros seguiram com sucesso os seus passos.

Infelizmente, muitos alpinistas de elite morreram na tentativa de o fazer.

Nima Rinji Sherpa vem de uma família de alpinistas, que agora também gerem a maior empresa de expedições de montanhismo do Nepal. Criado em Catmandu, Sherpa inicialmente preferia jogar futebol ou fazer vídeos. Mas há dois anos, decidiu largar a câmara para se dedicar ao alpinismo

Sherpa, que já detém vários recordes das suas subidas a dezenas de picos, começou a escalar em alta altitude aos 16 anos, escalando o Monte Manaslu em agosto de 2022. Os alpinistas nepaleses - geralmente de etnia Sherpa dos vales ao redor do Everest - são considerados a espinha dorsal da indústria de escalada no Himalaia.

Eles carregam a maioria dos equipamentos e alimentos, fixam cordas e reparam escadas.

Durante muito tempo na sombra como apoiantes de alpinistas estrangeiros, os autóctones estão lentamente a ser reconhecidos por direito próprio.

"Quero mostrar à geração mais jovem de Sherpas que eles podem superar o estereótipo de serem apenas alpinistas de apoio e abraçar o seu potencial como atletas de topo, aventureiros e criadores. Não somos apenas guias. Somos pioneiros", disse Rinji Sherpa numa declaração logo após o seu último cume.