A autarca de Turim, Chiara Appendino, foi hoje condenada a 18 meses de prisão pelos incidentes na cidade durante a final da Liga dos Campeões Juventus-Real Madrid, que resultaram em dois mortos e mais de 1500 feridos.
Milhares de adeptos juntaram-se em 3 de junho de 2017 na Praça São Carlos, em Turim, para assistir, em ecrã gigante, ao jogo de Cardiff, País de Gales, quando quatro indivíduos armados com gás pimenta irromperam na multidão para roubar joias a relógios. Ao lançarem o spray, a multidão assustada debandou em confusão que resultou na morte de duas mulheres e em 1527 feridos.
“Hoje, o juiz condenou-me e a outras quatro pessoas a um ano e seis meses de prisão por uma série de crimes relacionados com esses acontecimentos. É uma decisão que aceito e respeito, também por causa da posição que tenho", escreveu a autarca, no Facebook.
A decisão do tribunal de primeira instância não obriga a prisão imediata, pois Appendino tem direito a recurso. Os quatro ladrões foram punidos com 10 anos cada um.
O incidente mais grave verificou-se quando a multidão se precipitou sobre uma barreira de proteção de uma escada de acesso a um parque subterrâneo, que cedeu.
A justiça italiana condenou a governante por "lesões, desastres e homicídio culposo", ou seja, sem intenção de matar, decisão que a autarca recebeu com um “sentimento de amargura”.
Igual pena de 18 meses para a antiga chefe de gabinete, Paola Giordana, para o ex-presidente do turismo de Turim, Maurizio Montagnese, para o ex-promotor Angelo Sanna e para o arquiteto Enrico Bertoletti.
“Defendi-me, em primeiro grau, desta tese. Depois de lida a fundamentação da sentença, verei com os meus advogados as alterações para o recurso, pois é evidente que, se tivesse os elementos necessários para prever o que aconteceu, teria agido diferente. Mas não aconteceu”, concluiu Chiara Appendino.
O Real Madrid venceu a final por 4-1, com dois golos de Cristiano Ronaldo a selar o 12.º troféu dos ‘merengues’ na competição.
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