A Câmara Municipal de Lisboa aprovou na quarta-feira um pedido de informação prévia para a construção do novo pavilhão multiúsos do Clube de Futebol Benfica, com os vereadores a defenderem um estacionamento acessível aos moradores.
A proposta foi apreciada em reunião privada do executivo, e previa a "homologação de parecer favorável condicionado, do pedido de informação prévia [PIP], referente a operação urbanística de obra de construção para um equipamento desportivo (pavilhão multiusos), bem como um edifício de comércio a retalho, sito na Rua Olivério Serpa, freguesia de Benfica".
Segundo fontes municipais, o documento mereceu os votos a favor de PS e PSD, e a abstenção do CDS, PCP e BE.
Em causa está a construção do Pavilhão Multiusos de Benfica e de um supermercado, numa parcela "com área total de 27.300 metros quadrados" junto ao Mercado de Benfica, sendo que para tal serão demolidos os dois campos de futsal, as respetivas bancadas, o restaurante e a loja de animais existentes atualmente.
De acordo com a proposta, estão previstos também 186 lugares de estacionamento.
No final da reunião, o vereador João Pedro Costa (PSD) explicou que apresentou ao executivo uma alteração à proposta, que foi "aprovada por unanimidade".
Segundo o eleito, o texto aprovado aponta que "durante o dia os utilizadores do Mercado de Benfica deverão ter acesso ao estacionamento nas mesmas condições que clientes do LIDL", e que "durante a noite, na hora morta do supermercado, o estacionamento deve estar acessível aos moradores".
Para o vereador social-democrata, esta medida é "importante para o mercado e para os moradores, e não inviabiliza a solução do Fofó".
Também ouvido pela Lusa, o vereador bloquista Ricardo Robles vincou que "não deveria ser necessário que um clube com a importância do Fofó tivesse de recorrer a uma grande superfície para se financiar".
"Ainda assim é importante haver um aumento de valências do Fofó, mas tememos pelo impacto negativo que sabemos que existirá no Mercado de Benfica, por ter mais uma grande superfície ao lado", advogou Robles.
Também para o PCP, "a política desportiva do município deveria permitir que o Fofó construísse um pavilhão sem ter de depender de uma fonte de financiamento externa".
Para o vereador Carlos Moura, o Mercado de Benfica é "um dos mais dinâmicos da cidade de Lisboa", mas está a "perder dinamismo", pelo que esta "grande superfície pode colocar os comerciantes numa situação complicada".
Na reunião privada, os vereadores aprovaram também a atribuição de um apoio de 110 mil euros à Associação Calçada Portuguesa (PORPAV), para aplicar na candidatura da calçada portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
A proposta para celebração de um protocolo com a PORPAV contou com os votos favoráveis da maioria dos vereadores, à exceção dos eleitos centristas, que votaram contra.
Já por unanimidade foi aprovada a proposta de adjudicação à empresa ?Construções Gabriel A.S. Couto, S.A.' do projeto relativo aos realojamentos do Bairro da Cruz Vermelha, por 11.5 milhões de euros e com o prazo de execução de 600 dias.
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