Donald Trump acaba de suspender o pagamento de 175 milhões de dólares de fundos federais que tinham como destino a Universidade de Pensilvânia. A Casa Branca justifica a decisão pelo facto de a dita universidade incluir no seu programa de natação uma atleta transgénero.

O programa de natação da UPenn, que faz parte da Ivy League (grupo de oito universidades privadas de investigação no nordeste dos Estados Unidos) está sob escrutínio do Departamento de Educação da Administração Trump. A investigação começou no último mês de fevereiro quando o Presidente dos EUA assinou uma ordem executiva que proíbe atletas transgénero de praticar desportos femininos.

A investigação centra-se em Lia Thomas, da equipa feminina de natação, a primeira atleta abertamente transgénero a vencer um título da I Divisão em 2022.

Ron Ozio, porta-voz da Universidade, disse que a instituição não recebeu qualquer notificação ou detalhes sobre a suspensão da subvenção.

Também o voleibol da Universidade de San José State e a Associação Atlética Inter-escolar de Massachusetts está na mira do Departamento de Educação da administração Trump.

No início de fevereiro Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva que proíbe atletas transgénero de praticarem desportos femininos, numa decisão que é mais um ataque à comunidade que tem visado desde que regressou ao poder.

A ordem, intitulada "Mantendo os homens fora dos desportos femininos", dá às agências federais, incluindo os departamentos de Justiça e Educação, ampla latitude para garantir que as entidades que recebem financiamento federal cumpram o Título IX em alinhamento com a visão da administração Trump, que interpreta "sexo" como o género que alguém foi designado no nascimento.

A ordem autoriza, por exemplo, o Departamento de Educação a penalizar as escolas que permitam a competição de atletas transgénero, invocando o não cumprimento da lei federal de 1972, conhecida como Título IX Título IX, que proíbe a discriminação sexual nas escolas. Qualquer estabelecimento de ensino que seja considerado em infração poderá ser potencialmente inelegível para financiamento federal.

A ordem também exige que os organismos desportivos privados se reúnam na Casa Branca para que o Presidente possa ouvir pessoalmente “as histórias de atletas do sexo feminino que sofreram lesões ao longo da vida, que foram silenciadas e forçadas a tomar banho com homens e a competir com homens em campos de atletismo em todo o país”.

Esta ordem executiva surge após a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter aprovado a 15 de janeiro um projeto de lei que proibia jovens transgénero de participarem em desportos femininos em faculdades e universidades que recebem financiamento público.

A medida é a mais recente da administração Trump para limitar os direitos da população transgénero.