O julgamento sobre a morte de Diego Armando Maradona foi anulado, após o escândalo envolvendo uma das juízas responsáveis pelo caso. A decisão de anular o julgamento foi tomada, esta quinta-feira, pelos juízes do Tribunal de San Isidro, na Argentina.

"Após ouvir todas as partes, comunica-se a decisão do tribunal, que é a nulidade do julgamento", disse o juiz Maximiliano Savarino no tribunal de San Isidro, próximo de Buenos Aires, onde o processo decorre.

O novo julgamento ainda não tem data de início, já que depende da designação de um novo coletivo de juízes, que será feita por sorteio. As partes ainda podem recorrer da anulação, explicaram à AFP os advogados do caso, que duvidam que o processo possa ser retomado este ano.

Com esta decisão, as 20 audiências realizadas desde 11 de março, nas quais mais de 40 testemunhas prestaram depoimento, as provas apresentadas e os testemunhos dos três filhas de Maradona, foram anuladas.

O julgamento tinha sido suspenso no dia 20 de maio, por uma semana,  a pedido do Ministério Público, para se apurar a viabilidade da juíza Julieta Makintach, parte do coletivo de juízes, acusada de parcialidade no processo. O pedido de averiguação da idoneidade da juíza foi apresentado pelos advogados das filhas do antigo 'astro' argentino.

O impedimento da juíza Julieta Makintach foi declarado na terça-feira, após o escândalo desencadeado pela sua participação numa série documental sobre o caso, parcialmente gravada no tribunal de San Isidro.

A gravação foi feita sem o conhecimento das partes. Imagens e roteiros da série foram exibidos numa audiência na terça-feira, e a juíza deixou o julgamento imediatamente.

O juiz Maximiliano Savarino disse que a conduta da colega Julieta Makintach prejudicou o processo. Um novo julgamento será marcado, com um novo coletivo de juízes. Volta tudo a estaca zero.

Sete profissionais de saúde são acusados de homicídio simples com dolo na morte de Maradona, crimes com pena entre os oito até 25 anos de prisão.

O julgamento começou em 11 de março e deverá durar até julho, tendo duas audiências agendadas por semana e quase 120 testemunhas esperadas, sendo que os réus negam responsabilidades pela morte do campeão mundial de seleções pela Argentina em 1986.

Antigo avançado de Boca Juniors, FC Barcelona ou Nápoles, entre outros clubes, Diego Maradona morreu aos 60 anos, vítima de uma crise cardiorrespiratória, numa cama médica numa residência privada em Tigre, a norte de Buenos Aires, onde recuperava de uma neurocirurgia a um hematoma na cabeça.