Rosa Mota, campeã olímpica e mundial da maratona está de costas voltadas com o Município do Porto, liderado por Rui Moreira.

Em causa está o Palácio de Cristal, rebaptizado em 1991 com o nome da atleta no Porto, que agora deverá contar no nome com uma conhecida marca de cervejas, situação que deixa Rosa Mota a sentir-se"enganada" segundo afirma numa carta enviada ao município e reproduzida pela 'TSF'.

O pavilhão sofreu um processo de remodelação, com os custos a serem suportados por privados, e será inaugurado esta segunda-feira, numa cerimónia que não contará com a presença da campeã olímpica da maratona em 1988.

"Comunico a todos os vereadores, em primeira mão, que não dou a minha anuência a algo que parece estar definitivamente estabelecido e que não foi o que foi acordado", afirmou a atleta na carta enviada ao município.

O executivo, liderado por Rui Moreira, já respondeu à polémica afirmando que pela primeira vez o nome da atleta vai estar inscrito na entrada do pavilhão sendo apenas acrescentado o patrocínio.

"O executivo de Rui Moreira, quando há seis anos tomou posse, (...) encontrou um pavilhão em pré-ruína e praticamente inutilizado pela degradação e falta de manutenção. Embora baptizado com o nome da atleta, não tinha qualquer inscrição do seu nome nem na fachada em nenhum local visível. Nunca teve, aliás"

"Nesse processo [de investimento e remodelação], ficou assegurado que ninguém poderia retirar o nome da atleta da designação formal, mas que também no uso comercial o seu nome teria sempre que estar presente. Estes dados foram fornecidos à atleta, que com eles concordou e se congratulou há mais de um ano"

A autarquia afirma ainda não compreender a indignação da atleta, tendo em conta as obras feitas no edifício.

"A Câmara do Porto considera que o nome da atleta está mais do que nunca protegido, não compreendendo que alguém se possa considerar mais respeitado dando nome a um edifício em pré-ruína e sem uso, do que num moderno centro de congressos onde a sua designação está claramente inscrita"