Rosa Mota é o grande nome do atletismo feminino português: vencedora da medalha de bronze em 1984, em Los Angels, fez história, na primeira vez que Portugal incluiu mulheres na sua delegação de atletismo.

Mas Rosa não se ficou por aí: quatro anos mais tarde, em 1988, em Seul, a atleta portuguesa só parou no ouro e venceu a Maratona Olímpica.
Hoje, a ex-atleta vai estar em Londres a acompanhar a prova em que participam Dulce Félix, Marisa Barros e Jéssica Augusto, e acredita nas capacidades deste trio.

«Não conheço o percurso, mas parece ser um percurso difícil, com muitas curvas. Mas temos cá as melhores maratonistas portuguesas, estão em grande forma e quero crer que vão ter uma boa prestação», diz Rosa, que conta qual era o seu segredo e o da geração que incluiu ainda Carlos Lopes: «Há algo que tem de existir independentemente de todos os apoios: é o querer, o treinar e o vencer. Era isso que nós tínhamos. E conseguimos».

Ontem, sábado, Rosa Mota buscou inspiração no remo e ficou impressionada com as prestações de Nuno Mendes e Pedro Fraga, que terminaram em quinto na final A de double scull.

«Foi ótimo. Eles queriam mais, todos queremos, mas foi ótimo. Eles conseguiram o melhor resultado deles de sempre e um quinto lugar nos Jogos Olímpicos é brilhante».

Quanto à participação lusa, Rosa Mota admite que já teve alguns amargos de boca.

«Os Jogos ainda não acabaram e podemos sonhar que os nossos atletas consigam a melhor prestação possível. Mas em relação ao que passou, quem está mais dececionado são os atletas, que vinham para aqui para alcançar bons resultados. Alguns apostaram tudo nos Jogos e o resultado não saiu.

Temos de estar com eles, apoiá-los e dizer que o Rio é daqui a pouco, porque Pequim foi ontem».

Muito se fala da possibilidade de Rosa enfrentar uma nova maratona, a presidência do COP. Perante a questão, Rosa Mota opta pelo sprint.
«Não sou candidata… Beijinhos», diz já em passo de corrida.