Beatriz Gomes e Joana Vasconcelos foram «até à morte» para conseguirem o melhor resultado de sempre da canoagem portuguesa em K2 500, encerrando a participação nos Jogos Olímpicos Londres2012 com o sexto lugar.

Pela primeira vez numa final, a dupla portuguesa passou aos 250 metros no quarto lugar, muito perto do K2 polaco, que viria a conquistar o bronze, mas quebrou no segundo parcial, para terminar em 1.44,924 minutos, ficando quase a um segundo do pódio, ultrapassada por chinesas e austríacas.

«A 200 metros tínhamos pensado em tentar começar a subir, aumentar fundamentalmente a força e um bocadinho a frequência, e depois, nos últimos 100 metros, ir até a morte. Embora pensemos sempre que relativamente perto está uma medalha, não sei onde podíamos ir buscar mais. Esgotámos, vamos levar várias semanas a recuperar», afirmou Beatriz Gomes, a mais experiente das canoístas portuguesas, 32 anos, que representa o Fluvial de Coimbra.

Com mais de dois segundos e meio de diferença em relação às portuguesas, as alemãs Franziska Weber e Tina Dietze, vice-campeãs do Mundo, terminaram em 1.42,213 e conquistaram a medalha de ouro, negando a revalidação do título às húngaras Katalin Kovacs e Natasa Douchev-Janics, campeãs olímpicas em Pequim2008.

Frente a potências de outra dimensão, Joana Vasconcelos, estreante olímpica com 21 anos, considerou que, apesar da perda de ritmo na fase final, o K2 luso fez «uma prova brilhante», melhorando substancialmente o 11.º posto de Pequim, então com Beatriz Gomes e Helena Rodrigues.

«Nunca tínhamos atingido uma final A, conseguimo-lo na prova rainha, por isso, um sexto lugar foi fantástico. No início íamos no ‘top-4’, mas demos o nosso melhor, não tínhamos mais para dar. Sinto-me muito contente, porque foram os meus primeiros Jogos e atingir duas finais A foi fantástico», acrescentou a canoísta do Benfica, referindo-se ao K4 500 que na véspera também terminou em sexto.

Para Beatriz Gomes, o resultado inédito hoje alcançado produz «uma sensação de realização que vai dar alento nos próximos anos».

Pouco antes, Teresa Portela disputou a prova de consolação de K1 500, a final B, na qual terminou em terceiro lugar e para a qual partiu com o objetivo de tentar fazer melhor, depois do que aprendeu na provas anteriores, mas a motivação não é a mesma da luta pelas medalhas

«Estando numa final B não se tem tanto a ganhar como numa final A, mas tentei chegar o mais à frente possível. Ganhar uma final B ou ficar em terceiro não é o mesmo que estar numa final A e disputar as medalhas», explicou Teresa Portela, que já tem a cabeça nas provas de K1 200, na sexta-feira.

A atleta do Benfica, de 24 anos, vê esta competição como «um novo desafio, que nada tem a ver com o que se passou até aqui», porque é uma nova distancia que pede um nova tática, perante novas adversárias.

«Tal como aconteceu nos 500, vai ser prova disputada e o estar na final ou não vai depender muito da minha semifinal, das adversárias. Portanto, antes de pensar no que poderá acontecer no sábado, quero dar o meu melhor na sexta para ver se consigo entrar na final», considerou.