O adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 para 2021 vai implicar um aumento de custos de 21,45%, acrescentando 2.325 milhões de euros aos 10.839 milhões previstos em dezembro de 2019, assumiu hoje a organização.

O acréscimo de 2.325 milhões de euros explica-se com todo o tipo de custos operacionais associados ao adiamento mais o impacto financeiro relacionado com as muitas medidas para o combate à pandemia de covid-19 que vão ser aplicadas no maior evento desportivo do planeta.

“O custo adicional foi tratado de acordo com a promessa de divisão de responsabilidades [na preparação dos Jogos Olímpicos] em 2017", disse Toshiro Muto, diretor-geral do comité organizador de Tóquio2020.

Assim, as verbas vão ser repartidas, em diferentes montantes, pelo governo do Japão, o comité organizador e as autoridades metropolitanas da capital nipónica, sede dos Jogos entre 23 de julho e 08 de agosto do próximo ano.

Na divisão das despesas extra, 1.480 milhões de euros são referentes aos custos associados ao adiamento, tais como a extensão de aluguer das sedes ou os gastos laborais extras, enquanto o restante tem a ver com as práticas a aplicar para evitar a infeção e propagação da doença entre atletas e espetadores.

O governo metropolitano de Tóquio é quem vai investir mais, nomeadamente 949 milhões de euros, dois terços da verba devido ao adiamento e o resto para as medidas sanitárias.

O comité organizador será responsável por 815 milhões de euros, exclusivamente relacionados com o adiamento do evento.

Ao governo caberão 561 milhões de euros, 79% dos quais para aplicar em medidas sanitárias.

O orçamento de Tóquio2020 foi atualizado em dezembro, antes da pandemia, em 10.839 milhões de euros, boa parte a repartir entre o comité organizador e a cidade.

Para minimizar o forte impacto resultante da transferência do evento para 2021 foram assumidos, entre outros, cortes organizativos nas provas olímpicas e a simplificação das cerimónias de abertura e de encerramento.

Os custos extra chegam numa altura em que os organizadores e os responsáveis olímpicos começam a criar entusiasmo e 'momentum' para os primeiros jogos adiados no pós-guerra, insistindo que este evento massivo pode acontecer no próximo ano, mesmo se a pandemia não estiver sob controlo.

Mas o aumento das despesas pode piorar a opinião pública no Japão, onde sondagens realizadas já este ano mostraram uma maioria da população a favor de um novo adiamento ou do cancelamento dos jogos.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 deverão contar com a participação de cerca de 11.000 atletas, sendo que, para já, Portugal tem 34 qualificados.

*Com AFP
**Artigo atualizado às 11h10