O número de pessoas encontradas a trabalhar em situação irregular nas instalações dos Jogos Olímpicos e em eventos paralelos no Rio de Janeiro subiu para 6.500, segundo o Ministério do Trabalho do Brasil.
Os problemas encontrados até o momento foram jornadas de trabalho excessivas, locais inadequados para a alimentação, falta de pausas para refeições e descanso e ausência de registros de ponto, de acordo com um comunicado da tutela.
O chefe do setor de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro, Márcio Guerra, disse que ainda está a ser analisado o tipo de contrato feito com esses funcionários.
No balanço de quarta-feira, o Ministério deu conta de 3.500 trabalhadores encontrados em situação ilegal. "Dependendo da documentação apresentada pela empresa e pelo Comité Olímpico, que nós já solicitamos, a situação desses empregadores pode agravar-se", alertou.
Os trabalhadores estavam ao serviço de duas empresas de alimentação, que fornecem a maior parte das refeições servidas no maior evento desportivo do mundo, que, pela primeira vez, acontece na América do Sul. Além de exigirem a regularização das condições de trabalho dos funcionários em causa, os fiscais vão autuar os empregadores, não sendo ainda conhecido o número exato de atingidos e das multas a serem aplicadas.
Mário Guerra adiantou que o número de situações ilegais detetadas deverá aumentar até ao final dos Jogos Olímpicos - que começaram na sexta-feira e terminam a 21 de agosto -, dado que as fiscalizações têm sido diárias. "Não estamos a fiscalizar apenas nas arenas, mas também nos eventos paralelos ligados aos Jogos Olímpicos", explicou. No final do mês passado, más condições de trabalho nas obras na Aldeia Olímpica levaram o Comité Rio2016 a ser multado em 315 mil reais (89,9 mil euros).
Cerca de 630 empregados estariam a trabalhar sem contrato e, em alguns casos, com carga horária excessiva, de acordo com os fiscais.
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