O presidente da agência de publicidade Dentsu, Hiroshi Igarashi, admitiu ao Ministério Público japonês a manipulação de contratos para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, na sequência de um escândalo que marcou o evento realizado em 2021, foi hoje revelado.
Hiroshi Igarashi reconheceu na sexta-feira, no decorrer de um interrogatório voluntário, que a sua empresa era responsável pela manipulação de contratos para a organização de eventos preparatórios de teste para os Jogos Olímpicos, refere a agência japonesa Kyodo.
Os promotores podem agora abrir um processo formal contra a Dentsu e outras cinco empresas por suspeita de violação das regras da livre concorrência, depois de receber reclamações da Comissão de Comércio Justo do Japão.
Vários executivos da empresa, bem como o ex-vice-diretor do comité organizador de Tóquio2020, Yasuo Mori, foram já detidos por suspeita de manipulação de vários concursos para a organização de eventos olímpicos, no valor de mais de 500 milhões de dólares (cerca de 473 milhões de euros).
Segundo fontes da investigação, Yasuo Mori terá elaborado com altos funcionários e pessoas ligadas à Dentsu uma lista de empresas preferenciais para as quais seriam atribuídas as conceções dos concursos.
Alguns dos concursos tinham apenas um licitante, de acordo com relatos na comunicação social, e a procuradoria de Tóquio refere que as detenções por escândalos de fraude na atribuição de contratos estão apenas a começar e podem envolver mais empresas.
Yasuo Mori negou inicialmente as acusações, mas acabaria por reconhecer o seu envolvimento, depois dos funcionários da Dentsu terem testemunhado sobre o seu conluio, de acordo com documentos a que a agência Kyodo teve acesso.
A investigação da manipulação dos concursos para a escolha dos locais para eventos que serviram de teste aos Jogos Olímpicos Tóquio2020, bem como para o próprio evento, é liderada pela Comissão de Comércio Justo do Japão, que analisa as violações das leis antimonopólio.
As provas de teste para os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram realizada entre 2018 e 2021, antes da competição ter sido adiada para 2021, devido à pandemia de covid-19, e teve como objetivo dar aos organizadores e federações desportivas a oportunidade de testar o funcionamento dos eventos.
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