Cindy Ngamba acaba de fazer história ao conquistar a primeira medalha de sempre para a equipa olímpica de refugiados, depois de derrotar a francesa Davina Michel e assim apurar-se para as meias-finais (-75 kg). De recordar que no boxe, quem passa a semi-final garante automaticamente uma medalha: bronze para quem fica na meia-final.
A pugilista, que se mudou para o Reino Unido com 11 anos, tem o estatuto de refugiada depois de se assumir lésbica em 2021, o que lhe poderia valer a pena de prisão nos Camarões, onde a homossexualidade é considerada crime. Cindy Ngamba é tricampeã de Inglaterra em três categorias de peso diferentes.
Ngamba foi a porta-estandarte da equipa de 37 desportistas que compõem a maior Missão dos refugiados, desde a sua criação no Rio2016 e que tem também o objetivo de alertar para a situação dos refugiados em todo o mundo. São atletas do Afeganistão, Síria, Irão, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Camarões, Eritreia, Etiópia, Cuba e Venezuela, que vivem em 15 países diferentes: Estados Unidos, Canadá, México, Quénia, Jordânia, Israel e nove países europeus.
No combate de hoje, a pugilista, de origem camaronesa e que treina e vive em Inglaterra, venceu no combate dos quartos de final a francesa Davina Michel.
Embora alguns atletas da equipa de refugiados já tenham conquistado medalhas para os seus países de origem em Jogos anteriores, Cindy Ngamba foi considerada a melhor hipótese dos refugiados em Paris2024.
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