Momento desportivo mais marcante de 2012, os Jogos Olímpicos de Londres elevaram os nomes de Michael Phelps e Usain Bolt acima de todos os outros, enquanto Fernando Pimenta e Emanuel Silva sobressaíram da discreta participação portuguesa.
A prata conquistada pelo K2 1.000 foi o ponto alto da passagem lusa pela capital britânica e uma afirmação da canoagem como modalidade de referência a nível nacional, em contraste com a desilusão provocada pela judoca Telma Monteiro, a evidente candidata às medalhas que não passou do primeiro combate.
No campo positivo, Pedro Fraga e Nuno Mendes levaram o double scull peso ligeiro ao quinto lugar, a melhor classificação do remo português, mas este não foi um resultado tão inesperado como o quinto posto nacional no torneio de ténis de mesa por equipas.
Marcos Freitas, João Monteiro e Tiago Apolónia chegaram aos quartos de final e só perderam por 3-2 com a Coreia do Sul, segunda do “ranking” mundial. Uma estreia em grande.
Os 76 portugueses, de 13 modalidades, totalizaram os mesmos 28 pontos de Pequim2008, resultantes de 10 posições de finalista, e produziram a quinta melhor participação portuguesa de sempre. Positiva, mas aquém das quatro anteriores.
Quatro anos após o ouro do Nelson Évora e da prata de Vanessa Fernandes – grandes ausentes de 2012 – o pódio de Pimenta e Silva valeu um modesto 69.º lugar no “medalheiro”, mais uma vez dominado por Estados Unidos (46 ouros em 104 medalhas) e China (38 em 88), que inverteram posições face a Pequim, enquanto a Grã-Bretanha, em casa, foi terceira e excedeu as suas próprias expetativas (29 em 65).
Para a contabilidade dos EUA, Michael Phelps deu um contributo especial. Sem o brilho alcançado na China, onde atingiu um recorde de oito medalhas de ouro, o nadador de Baltimore foi, com quatro títulos e duas pratas, o mais medalhado em Londres, mas isso passou “despercebido” entre um feito maior.
No Centro Aquático de Londres, Phelps tornou-se o atleta mais medalhado de sempre em Jogos Olímpicos, com 22 “metais”, batendo o recorde da ginasta soviética Larissa Latynina, que subiu ao pódio 18 vezes, entre 1956 e 1964.
Para os registos ficou também o feito histórico de vencer pela terceira vez consecutiva os 200 metros estilos e os 100 mariposa. Ainda ajudou os Estados Unidos a vencer os 4x200 livres e os 4x100 estilos e conquistou a prata nos 200 mariposa e nos 4x100 livres.
Phelps secundarizou o emergente Ryan Lochte, o compatriota que prometia retirar-lhe protagonismo e acabou por sair ofuscado. Foi assim na piscina e na pista, onde o jamaicano Yohan Blake não fez “sombra”, como prometiam os analistas, ao compatriota Usain Bolt.
“Escondido” durante uma boa parte da época, Bolt respondeu na hora certa. Repetiu o ouro nos 100, 200 e 4x100 metros, com recorde olímpico no hectómetro (9,63) e um recorde mundial na estafeta (36,84), com a ajuda de Blake, prata em 100 e 200.
Destaque ainda para a “dobradinha” do britânico Mo Farah nos 5.000 e 10.000 metros e a queda do recorde mundial dos 800, numa corrida tremenda em que David Rudisha se tornou o primeiro homem a correr a distância abaixo de 1.41 minutos (1.40,91), o que só não lhe valeu o prémio de atleta do ano porque existe Bolt.
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