
O espanhol Juan Antonio Samaranch Jr. colocou-se à disposição de Kirsty Coventry, após aquele que definiu como um resultado “contundente” na eleição para a presidência do Comité Olímpico Internacional (COI), num discurso replicado pelos outros derrotados.
“É um resultado contundente. Como repeti tantas vezes, se os membros exercessem o seu direito de voto com confidencialidade não se enganariam. O resultado é muito determinante e também justo, e com isso vamos levar em frente o COI”, disse o segundo candidato mais votado.
Durante a 144.ª Sessão do COI, a decorrer em Costa Navarino, na Grécia, a antiga nadadora zimbabueana, de 41 anos, tornou-se na primeira mulher e na primeira africana a ser eleita presidente do organismo, surpreendendo ao garantir a maioria absoluta logo na primeira ronda de votações.
“Percebi logo que não era eu o eleito, porque os números que tinha [de intenções de voto] não me davam para ganhar na primeira volta”, assumiu, colocando-se “à disposição” da nova presidente “para ajudar”
Na corrida com maior número de candidatos de sempre, Coventry recebeu 49 votos, superando o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr. (28), o britânico Sebastian Coe (8), o francês David Lappartient e o japonês Morinari Watanabe, ambos com quatro votos, e o jordano Feisal Al Hussein e o sueco Johan Eliasch, que tiveram apenas dois cada.
“Aqui não há medalha de prata. Aqui houve um vencedor e todos os outros não conseguiram ganhar. […] Foi uma eleição que me surpreendeu, porque ela alcançou uma diferença muito grande e, por isso, é uma presidente que tem um apoio muito forte ”, resumiu Samaranch Jr., que é vice-presidente do organismo olímpico.
No mesmo sentido pronunciou-se outro dos favoritos, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, que disse estar “bem” apesar do resultado “dececionante”.
“Temos uma atleta na liderança do organismo. Falámos [ele e Coventry] sobre isso há umas semanas e estávamos os dois convencidos de que era algo verdadeiramente importante, e estou contente por ela”, declarou o duas vezes campeão olímpico dos 1.500 metros.
Para o britânico, que ‘dividia’ o favoritismo teórico com Coventry e Samaranch, a eleição da zimbabueana, assente, na sua opinião, essencialmente nos votos de mulheres e atletas, é “boa para os desportistas”.
Já o presidente da União Ciclista Internacional e do Comité Olímpico Francês, David Lappartient, reconheceu que sabia não ser favorito, mas congratulou-se por ter contribuído para o debate de ideias.
“Só posso felicitar Kirsty Coventry por este resultado, estaremos a apoiá-la para ajudá-la no movimento olímpico”, afirmou.
Campeã olímpica nos 200 metros costas em Atenas2004 e Pequim2008 e sete vezes medalha olímpica, a atual ministra do Desporto do Zimbabué vai suceder a Thomas Bach na presidência do COI em 23 de junho.
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