
Fernando Gomes converteu-se no presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), sem deixar de evocar o seu passado no futebol, apelando também à união após ter derrotado Laurentino Dias nas eleições de hoje.
“A sensação da vitória é sempre uma sensação positiva. […] Tivemos a felicidade de saber passar a nossa mensagem, que foi ao encontro da maioria das federações desportivas. Espero que hoje seja momento de união. A partir de amanhã [quinta-feira], já não existem federações da lista A ou B, existem olímpicas e não olímpicas, do todo do COP”, defendeu.
Fernando Gomes foi hoje eleito presidente do COP para o quadriénio 2025-2029, somando 103 votos contra os 78 do adversário Laurentino Dias.
O antigo basquetebolista recebeu 57% dos votos expressos em urna, anunciou o presidente da Comissão Eleitoral, Vasco Lynce, na sede do organismo olímpico, em Lisboa.
Num sufrágio que teve uma participação de 99%, houve duas federações não olímpicas que não votaram e uma olímpica que registou voto nulo, num total de 181 votos em 187 possíveis.
Questionado pela Lusa sobre se espera que a bipolarização existente durante a campanha eleitoral seja atenuada nos próximos dias, o novo presidente do organismo olímpico disse não entender a questão.
“Somos pessoas do desporto, com funções diferentes, passados diferentes, experiências diferentes. Um ex-secretário de Estado e ex-presidente de uma federação desportiva. Sinceramente, creio, com a experiência que tenho uma federação desportiva, transportando-a para o conjunto das federações desportivas, estão criadas as condições para nós desenvolvermos [trabalho]”, declarou.
Sem nunca deixar de evocar o seu passado como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), lembrou ter a “experiência de saber agregar todas as entidades”.
“Em 2011, quando fomos eleitos, havia 11 associações distritais que não votaram em nós e, passado muito pouco tempo, todas estavam agregadas em espírito único em termos de movimento associativo, e é isso que esperamos fazer no COP”, pontuou.
Em declarações aos jornalistas, após ter sido eleito presidente do organismo olímpico, o gestor portuense, de 73 anos, recordou que começou muito tarde a campanha – apenas depois de deixar a FPF, em 21 de fevereiro – e que, então, se preocupou, sobretudo, em falar com todas as federações e entidades que participaram na Assembleia Eleitoral de hoje, numa alusão à recusa em fazer debates com Laurentino Dias.
Assumindo que “os contextos e objetivos são diferentes” daqueles que teve nos seus três mandatos à frente da FPF, Gomes mostrou-se confiante de que ele e os seus órgãos sociais vão “fazer história no desporto português”.
“O 'chip' que temos no futebol, que é uma modalidade desportiva e olímpica, […] é pelo desporto. Diferente, obviamente, com uma organização diferente, do ponto de vista do COP, mas não deixa de ser, na sua essência, o desenvolvimento desportivo do atleta, no sentido de ter uma melhor preparação para alcançar os melhores resultados. Esse 'chip' existe em qualquer modalidade e é o que vamos tentar fazer no COP”, disse ainda.
Fernando Gomes sucede no cargo a Artur Lopes, que presidia ao COP desde a morte de José Manuel Constantino em agosto.
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