O português José Carvalho assumiu hoje que alguns erros o atiraram para o nono lugar da final de C1 nos Jogos Olímpicos Rio2016, mas que esse já foi uma conquista para a canoagem e o slalom em Portugal.
“O meu objetivo era fazer o melhor, era entrar na final. Depois, tudo o que viesse já era bom. Cheguei ao nono lugar, arrisquei um bocado na final. Para conseguir alguma coisa tinha de arriscar. Tive alguns erros e não consegui chegar a um posto melhor, mas isto já foi muito bom para a canoagem e o slalom português”, referiu.
O atleta de Amarante, que é 38.º do mundo e tinha o pior ‘ranking’ entre os finalistas, completou a prova em 105,74 segundos (quatro segundos de penalização), a 11,57 do novo campeão olímpico, o francês Denis Gargaud Chanut, e à frente do campeão mundial, o britânico David Florence.
“Sim, tem um gosto especial. É sempre bom ganhar a uma pessoa com o currículo dele, mas isso não me deixa mais feliz, o meu objetivo já estava feito, estou feliz por estar na final e esse era o meu objetivo”, assumiu o estreante em Jogos Olímpicos.
Para José Carvalho, “com o tempo de trabalho em alta competição e as condições” que lhe deram nos últimos três anos, “já é muito bom chegar a uma final dos Jogos Olímpicos”, desejando ter uma pista de slalom em Portugal.
“Imagine se tivesse uma pista assim, nem digo deste calibre, mas mediana, para treinar. Não tinha de me ausentar do país durante três anos para treinar”, lamentou Carvalho, que acrescentou que “custa sempre um bocado não ter as condições necessárias para treinar no próprio país”.
Em relação ao futuro, o canoísta português quer continuar a trabalhar e aponta a Tóquio2020, embora diga estar dependente dos apoios que receber durante o próximo ciclo olímpico, sendo que neste momento recebe uma bolsa de 900 euros.
“Se dá para um português viver com um ordenado mínimo, eu consigo viver muito bem com 900 euros. (...) Não estou aqui pelo dinheiro, estou aqui para conseguir algo pela canoagem, pelo slalom. O dinheiro não é que me move”, assumiu.
José Carvalho espera que a sua prestação no Rio2016 faça com que em Portugal se olhe para o slalom de “outra maneira” e considere que, se lhe derem a ele e aos outros atletas as condições para lutarem pelo apuramento olímpico, “se calhar, mais tarde [podem lutar] por medalhas”.
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